01/07/10
O país do deixa-arder
por
Luis Rainha
Anteontem, a estação do Cais do Sodré viu-se invadida por uma nuvem de fumo. Lá em baixo, os viajantes saídos do metro tossiam, reclamavam, corriam. Cá fora, uma equipa de bombeiros mirava a fonte das chamas, algures entre um par de carris. Longos, longos minutos depois, lá se decidiram a apagar a coisa. É mais ou menos o que se passa com o nosso governo: todos se indignam com o mau cheiro da latrina, mas não há forma de a limparmos de vez. Vamos apertando o nariz e esperando por bombeiros que nunca virão.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
Como acredito que saiba, o "ir apagar" de imediato podia dar barraca? Por vezes é melhor ter serenidade, pensar, avaliar, pensar novamente e só depois agir.
Com tanta poderação, acaba tudo ardido e sufocado.
Sim, Cláudio, eu percebo o seu ponto de vista: quando vemos, por exemplo, um tipo a afogar-se na Caparica, o melhor é formar um grupo de discussão na esplanada da praia e analisar bem se lhe atiramos uma bóia, se vamos a nado buscá-lo, se telefonamos ao Papa a pedir orações, se vamos buscar o barco que o tio de um primo nosso tenha na garagem da casa do Algarve. Ponderar sempre tudo muito bem, antes de agir - caso contrário, ainda nos arriscamos a salvar o gajo.
msp
É mais no sentido que nem todos os fogos se apagam com água. Enough said.
Ora, caro Rainha, meu dromedário de pelo curto, é bem verdade! Pena que este coro recente tenha estado, à coisa de um ano, adormecido, como se o fumo fosse coisa recente!!
Enviar um comentário