05/07/10

Os novos feijões mágicos: a venda da Vivo

No Insurgente, o pessoal descobriu por fim a solução para os problemas da nossa economia. Bastava ter vendido a Vivo para que tudo entrasse finalmente nos eixos.
Partindo do princípio que o pilim iria todo para os accionistas (o que deixaria em mistério as razões empresariais, da PT, para a venda), os milagres multiplicar-se-iam: «a tão necessária desalavancagem e melhorar os credit ratings de Portugal e da banca portuguesa (ou seja, mais dinheiro disponível para emprestar às nano-mini-micro empresas portuguesas). Os impostos sobre esta distribuição de dividendos ajudariam a baixar o défice em cerca de 0.8% do PIB».
E, claro está, o negócio era imperdível: só por clara estupidez e cegueira estratégica é que a Telefónica quer pagar tanto por um activo «numa indústria que está em estagnação, ou declínio, um pouco por todo o mundo».
Pronto. As telecomunicações estão afinal a dar o berro e o dinheiro desta venda iria espalhar-se prodigamente pela banca, dissolvendo as ameaças dos ratings e trazendo a todos a felicidade, a saúde e o fim das guerras.
Agora, à pala de malta que não quer perder de vista as «amantes brasileiras», cada português corre o risco de «chegar ao banco» e descobrir «que não pode fazer um crédito à habitação ou, quem sabe, levantar os seus depósitos». Tudo porque uns sacanas gostam de «orgias».
Devia haver um Nobel para o simplismo militante.

1 comentários:

Carlos Guimarães Pinto disse...

Caro Luis,

Obrigado pelo link. Não tinha reparado que tinha deixado de escrever no blog do Carlos Vidal. Está em muito melhor companhia agora.
Em relação ao simplismo militante: eu bem tento dizer as coisas de forma simples, mas há sempre quem, apesar de tanto simplismo, continue a não entender o que escrevo. É uma luta perdida, camarada.

Grande abraço,

Carlos Guimarães Pinto