Em Espanha, hoje, não se levantam muitos pruridos em considerar Miguel Hernández (1910-1942) um dos grandes poetas da cultura hispânica. E se os há é por consideração e nojo porque Hernández combateu contra o franquismo e pela República de armas na mão na guerra civil (1936-39) e pelo seu cativeiro nas prisões do fascismo espanhol onde encontrou a morte aos trinta e um anos de idade, após, perdida a guerra, ter sido aprisionado na fronteira com Portugal por onde tentava fugir, em que os esbirros da PIDE o entregaram aos carrascos de Franco. Miguel Hernández, felizmente, há muito encontrou quem o cantasse e muito bem (referindo-me, é claro, ao enorme Joan Manuel Serrat).
Neste ano em que se comemora o centenário do nascimento de Miguel Hernández, Serrat tem feito uma digressão por Espanha com recitais cujo reportório se compõe exclusivamente de canções com os poemas de Hernández. Começou em 23 de Abril em Elche e termina a 30 de Outubro em Orihuela, terra natal de Hernández. Fica uma amostra de Serrat cantando Hernández:
Ora, disse a Morsa ao Carpinteiro vamos ter muito que falar: de botas, e lacre, e veleiros, de reis, e couves da casa, de saber porque ferve o mar, ou se há porcos com asas.
Lewis Carroll
Alice do outro lado do espelho, cap. IV
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