12/09/10

Ou, como dizia o outro, quem não recorda o passado está condenado a repeti-lo

A 27 de Janeiro de 2006, no rescaldo das presidenciais transactas, o nosso indómito camarada Luis Rainha publicava o seguinte post num estabelecimento blogosférico que, entretanto, se deteriorou irremediavelmente:

Inês Pedrosa tratou de agradecer ao seu candidato, de forma emocionada e grandiloquente, “por ter, em menos de três meses, despertado um milhão, cento e vinte e quatro mil e seiscentos e sessenta e dois portugueses para a nobreza da política e a força da cidadania.” Numa versão alternativa, também poderia agradecer ao poeta por ter, ao fim de onze mil, cento e noventa e sete dias, ter despertado da sua funda modorra de deputado que nunca se distinguiu por ideias, propostas ou acções. Como um Rip van Winkle dos tempos modernos, ele acordou num mundo que não entendia. Mas acabou tudo em bem; agora, pode voltar para a sua AR, escolher uma boa cadeira e voltar a dormir.

Quem, atento à advertência de Freud em epígrafe, não quiser repetir a triste história que se seguiu —entendendo que nem mesmo Francisco Louçã é infalível quando identifica a encarnação histórica do espírito com um candidato a presidente dessa funesta instituição obsoleta, alimentada pelo nosso deficit de cidadania e autonomia democrática, que é a chefia do Estado — não diga, depois de ler o post acima republicado, que não se lembrou que se lembrava e, só por isso,voltou a meter o distraído pé na poça que se sabe.

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