17/11/10

Disparate mas também pior que isso

Em situações de entrada em cul-de-sac, como acontece agora em Portugal, enquanto na esquerda se desata a acender velinhas no altar das utopias, apressando-lhes o up-grading com retorno garantido ao Palácio de Inverno, na direita prefere-se falar grosso e ser mais pragmática a indicar os atalhos das soluções autoritárias. Desde que a situação política portuguesa entrou na fase de pantomina sobre o gelo, onde não há alma, governante ou governada, capaz de saber como estaremos daqui por um mês, as tripas políticas e ideológicas vão espreitando pelas gargantas, havendo quem disparate acordado, mostrando as unhas da pulsão autoritária. Como Manuel Serrão, no JN:

Entre o regime presidencialista e o regime de bipartidarismo parlamentar, não me parece que exista terceira via. Daí que eu julgue que só nos resta escolher entre um regime que pusesse Cavaco de novo como homem do leme do Governo, ou um regime em que o partido que ganhasse as eleições tivesse a garantia de formar um Governo estável para toda a legislatura.

(publicado também aqui)

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