06/11/10

E se reclamássemos a detenção para averiguações, justificadas pelos seus "créditos firmados", do "homem mais poderoso do mundo", nesta ocasião da sua visita a Lisboa a fim de promover a precarização do trabalho, das liberdades e da vida dos cidadãos portugueses?

A decisão do Bloco de Esquerda, ao recusar-se a estar presente na sessão parlamentar de recepção ao presidente chinês, porque considera o regime de Pequim «uma ditadura com créditos firmados na violação dos Direitos Humanos, de direitos individuais e sindicais», merece o aplauso de todos os cidadãos democratas.
À laia de passo seguinte, não seria boa ideia reclamar a detenção do "homem mais poderoso do mundo" — semelhante ao que valeu em Londres, há anos, uns dias de privação de liberdade a Pinochet —, que entalasse, bem entalados, os responsáveis do Bloco Central, os que vêem na RPC de Hu Jintao uma potência progressista, mais o Cavaco e esta sua iniciativa de "salvação nacional" à custa da vassalagem prestada a uma potência de vanguarda da ofensiva oligárquica global contra as liberdades políticas e os direitos sociais?
Reconheço à partida a, por assim dizer, impossibilidade material da incriminação, mas pelo menos sacudiríamos do capote a humilhação da homenagem das autoridades que se preparam para invocar o nosso nome ajoelhando perante o déspota.

12 comentários:

Anónimo disse...

Thanks :)
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José Mestre disse...

Porque não? Quem tem medo do rídículo?

Anónimo que assina miguel disse...

Aproveite a embalagem e reclame também a detenção de todos participantes na cimeira da nato por promoverem a precarização do trabalho, das liberdades e da vida dos cidadãos de todo o mundo.

Sim, é verdade que precisará de uma prisão maior, mas arranjaremos força e meios para a construir.

José Luiz Sarmento disse...

Mesmo sendo impossível de executar, a emissão do mandato de captura já seria um óptimo sinal.

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

E base legal não lhe faltaria, pela certa.

Miguel Serras Pereira disse...

Anónimo que assina miguel:

se fossem só os da NATO, a coisa ainda se resolvia…

Mas, como julgo ter deixado claro em muitas outras ocasiões, e ainda ontem repeti na caixa de comentários do post do camarada João Tunes sobre este mesmo tema, a sua provocação não tem razão de ser, pois o que eu afirmo é que "Vai sendo mais do que tempo de percebermos que se temos nesta parte do mundo liberdades e direitos que são recusados aos chineses, isso não se deve à boa vontade dos nossos governantes e políticos de profissão, nem a um efeito automático da economia política dominante, mas a séculos de lutas populares, operárias e democráticas, lutas de que são legados eminentemente perecíveis e cuja única garantia é o exercício da cidadania activa da gente comum e a sua extensão.
Quanto ao resto, os oligarcas da política e da gestão ocidentais olham com inveja e nostalgia a eficácia da "sociedade harmoniosa" chinesa e sinizar-nos-ão a todos na primeira oportunidade" (http://viasfacto.blogspot.com/2010/11/bajulacao-de-colonizados-por-vontade.html).
Acresce que a "acção" de protesto que o meu post sugere se dirigiria explicitamente tanto contra o regime chinês e as suas ambições de neo-colonialismo e hegemonia globais (imperialistas) como contra as diversas espécies de cúmplices que conta entre nós, por motivos também vários - cúmplices apostados na "importação" dos traços mais odiosos e social e politicamente regressivos do modelo da "sociedade harmoniosa".
Como você nada tem de burro, ainda me há-de explicar um dia porque não quis ler o que eu escrevi, por assim dizer, preto no branco ali em cima. Além das luzes que me proporcionaria, olhe que o exercício não deixaria também de lhe ser útil, a si - ajudá-lo-ia a esclarecer as suas próprias ideias, com vantagem para todos.

Saudações democráticas

msp

Miguel Serras Pereira disse...

Nem mais, caro Joé Luiz Sarmento. O estranho é haver quem não queira compreender isso mesmo - numa ampla frente de obscurantismo militante que, para reformular um gracejo certeiro do Rui Bebiano (http://aterceiranoite.org/2010/11/06/mercado-chines/), eu diria que vai do BCP ao PCP.

Abraço republicano

msp

josé manuel faria disse...

Grande atitude do nosso partido, o Bloco de Esquerda. Parabéns à sua Direcção.

A China é uma ditadura desprezível.

Anónimo disse...

Acho dificil levar a cabo tal tarefa, dado ser certo que ficaríamos soterrados em manifestações de apoio ao dito cujo senhor,por parte dos partidos comunistas (note que disse no plural).
Atento

Anónimo disse...

Antes que V.Exªs transformem a China no grande Império não do Meio mas do Mal, talvez convenha ler uma interessante comparação de dados entre a China e a capitalista India neste blogue -http://sempunhosderenda.blogspot.com/2010/11/atencao-das-cancios-dos-serras-pereiras.html

E o autor até se esqueceu lamentavelmente de referir que a China retirou na última década 300 milhões 300 de pessoas da pobreza.

Anónimo disse...

Logo percebi que o vosso bsogue era muito democrático e pluralista. Muito direitos do homem. Muita liberdade de expressão...mas apenas a vossa. Os comentários que vos não agradam não são publicados. Que tristeza esta "esquerda" da direita

Miguel Serras Pereira disse...

Anónimo de 7 de Novembro de 2010 14:13

não sei a que comentários se refere. Não eliminei qualquer comentário deste post. E de há tempos para cá, todos os comentários saem sem terem de ser aprovados previamente - embora a posteiori nos reservemos o direito de os eliminar - quando:
1. Nada tenham a ver com o post em causa;
2. Apenas façam publicidade a sites, blogues, produtos ou instituições;
3. Sejam abertamente insultuosos ou de natureza difamatória, sobretudo se encobertos pelo anonimato ou equivalente;
4. Substituam a argumentação e a apresentação de razões por uma ou outra forma de ruído arbitrária tendo por efeito sabotar as discussões em curso.

Portanto, se tivesse sido eliminado, o comentário a que se refere teria começado por aparecer no blogue e não seria cortado antes disso.

Esclarecido?

msp