13/11/10

The feminine touch que também terá sido para isso que me convidaram


16 comentários:

Manuel Vilarinho Pires disse...

Bom, esta ainda se abria se a rosca não encavalitasse... as de antibiótico para os miúdos é que não há mulher nem homem que os abram. Quer-se dizer, há provavelmente um caminho das pedras, mas eu é que nunca o encontrei...

http://aventar.eu disse...

É pena que nem todos os convites mereçam sequer uma resposta.

Ricardo Santos Pinto

maria disse...

então , vamos lá a mais um feminino toque : o conto do lobo mau e dos três porquinhos basta-me para ler a realidade( mas alguém precisa de marxs com perrault e grimn à mão ? ): o lobo mau anda por aí... e ele há um porquinho que , tontinho prós outros, trabalhando muito fez uma casinha bué de segura ( a china) , uns porquinhos assim assim fizeram uma mediana casinha ( a alemanha? , ainda ando a reflectir sobre quem são o porquinho do meio , se hei-de incluir a inglaterra e tal ) e os pigs mais novinhos , nós e todo o sul da europa- mistério como o I é de irlanda e não de itália- a cantar quem tem medo do lobo mau?. e pronto , espero que o pig mais velho consiga cozer o lobo mau no caldeirão e ninguém mais , para todo o sempre ,lhe peça um tostão emprestado.
e ,já agora , aqueles "investidores" xpto a quem a gente deve não têm nome? eu quero saber o bi das pessoas a quem devo. o nome e a origem. até parece que são et. umas empresas esotéricas e tal. mas devem ser pessoas. quem são ? eu quero saber.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Srª Dª Maria,
"Os mercados" somos nós.
Todas as pessoas que têm dinheiro que não esteja no bolso ou à ordem, desde o detentor de um depósito a prazo ou PPR ao especulador de divisas ou de opções e futuros, são os mercados.
É possível identificar os credores que adquirem a Portugal títulos da dívida no momento da emissão mas, a partir daí, como os títulos são transaccionáveis em bolsa, é muito laborioso seguir-lhes o rasto. Se tiver alguma aplicação financeira ou depósito a prazo é até provável que faça parte dos seus próprios credores.
E é neste mercado (chamado secundário) onde são transaccionados os títulos depois da sua emissão que os juros ultrapassaram 7% na última semana. Como Portugal não tem de emitir mais dívida até ao fim do ano, esta subida de juros nos últimos dias não representa um custo para Portugal, se bem que possa vir a representar se se mantiver até Portugal voltar e emitir dívida.
Na sua história não nos identificou o Lobo Mau. Se calhar, até o confundiu com o Porquinho previdente... não está a misturar a história dos Três Porquinhos com a do Capuchinho Vermelho, em que o Lobo Mau aparece mascarado de Avózinha?

Ana Cristina Leonardo disse...

Manuel, acho que o segredo está em apoiar e rodar ao mesmo tempo. Mas confesso que é de facto mais fácil de dizer do que de fazer
Ricardo, essa deixou-me um pouco baralhada.
Maria, não estrague, por favor, a história do lobo mau que era a preferida das minhas filhas
Manuel, ser credor de si próprio?!!! Ora aí está uma ideia que me consolaria se alguém me pagassa (eu ou o credor seria indiferente)

Manuel Vilarinho Pires disse...

É a diferença entre a teoria e a prática. Eu, a teoria, também conheço. A prática é que é tramada!

(O comentário que se segue, pode ignorá-lo se considerar que não devia estar aqui mas noutro lado, mas, por razões que já lhe expliquei antes, no outro lado não o deixo, até porque é dirigido a si.)

Portugal é uma democracia há muito pouco tempo.
Tão pouco, que ainda nos lembramos de quando a justiça prescindia das mariquices como a presunção da inocência, a lealdade processual ou o controlo judicial dos meios de intrusão na privacidade dos cidadãos. E do resultado de prescindir destes formalismos. Que não era nada moral, como certamente se lembra. Era extraordinariamente imoral, muito para além daquilo de que hoje nos podemos aproximar, por pantanoso que seja o terreno que pisamos.
O sistema judicial, quando gerido com flexibilidade, até pode aumentar a eficácia, mas pode ser (e é sempre) capturado por facínoras que usam em seu benefício, e em prejuízo de todos, as ferramentas que estão à sua disposição para violar os direitos civis dos indivíduos, nomeadamente a privacidade, quer eles sejam criminosos (factuais ou alegados), políticos da oposição (de quem manipula a justiça, não obrigatoriamente da oposição ao governo do momento) ou simples cidadãos.
A dispensa ou flexibilização de alguns formalismos judiciais permitiria condenar alguns criminosos que conseguem escapar graças a eles? Certamente que sim. Ficavamos melhor se eles fossem condenados, mas abrissemos a porta à manipulação da justiça? Para responder a isto, cada um terá que avaliar a ponderação que confere a cada um dos factores em comparação. Eu, por mim, digo que ficaríamos pior, muito pior.
E como penso que já deve imaginar, este interveniente neste debate é mesmo isento, não sou político, nem corrupto, nem criminoso, nem do sistema judicial (até já lhe relatei detalhadamente todas as minhas participações em questões judiciais).
Acrescento que lamento que (a divulgação na comunicação social d')as escutas a alguns políticos deste país não tenham tido consequências. Não a sua condenação com base em provas obtidas ilegalmente, pelas razões que expliquei acima, mas a condenação de quem, dentro do sistema judicial, prefere facultar provas à comunicação social para divulgação pública a instruir processos suficientemente fundamentados para poderem resultar em condenações em tribunal.
Até por um motivo muito simples: ao fazê-lo, conseguem uma condenação destes criminosos na opinião pública, mas, ao mesmo tempo, ilibam-nos de uma condenação em tribunal.
E nunca se investigam a si próprios...

Ana Cristina Leonardo disse...

Manuel, mas porque razão terei eu de escolher entre a merda e a merda? Ou seja, entre os tribunais plenários e a bandalheira em que está transformada a justiça em portugal. Ou acha sinceramente que num país normal, aquilo que veio a público e que implica altos dignatários políticos deste país não teria consequências, independentemente da forma como veio a público? Aquando do escândalo da Comissão sobre o Clima da ONU, viu alguém desviar a conversa da alteração de dados para a forma como os e-mails que a provovam tinham sido obtidos?
Com certeza que há regras; mas nem todas as infracções se equivalem.

Manuel Vilarinho Pires disse...

A merda e a merda.
Escolher entre uma justiça eficaz e musculada, e uma justiça tolhida por princípios que se deixa enrolar pelos poderosos.
Na verdade é fácil escolher, e nem chega a haver dilema. A justiça musculada dos tribunais plenários nunca tocou em nenhum poderoso para defender o interesse público. Era merda ao quadrado, conseguia ser ao mesmo tempo musculada e ineficaz, agora é merda simples, apenas ineficaz, e estamos, portanto melhor do que estávamos.
Eu lembro-me exactamente porque comecei a ler e comentar com gosto os seus "posts": por uma referência sua, que me agradou, à Drª Cândida Almeida. A Drª Cândida é justamente o defensor mais notório da liberalização em Portugal dos instrumentos de eficácia da justiça musculada: escutas, prisão preventiva, por aí fora... quanto à sua eficácia propriamente dita, estamos conversados, depende de o investigado ser do partido certo ou do partido errado. E o cidadão comum lixa-se. Deve lembrar-se que foram as escutas telefónicas que sustentaram o último caso de aborto que a justiça levou a tribunal em Portugal, o da criadita e do magala que se estamparam na motoreta.
As mariquices da justiça não servem para prejudicar a sua eficácia e defender os criminosos. Servem para garantir a sua eficácia, nomeadamemte que só condene mesmo os criminosos e mais ninguém em vez deles. Porque quando isto acontece, as estatísticas até registam uma condenação, um aparente sucesso, mas os criminosos ficam-se a rir dos tansos que pagaram por eles e graças aos quais o assunto fica arrumado sem ninguém os chatear.
Não sei se num país normal o que veio a público viria a público sem consequências. Para os escutados, e para os escutas. Mas sei uma coisa: os escutas mais eficazes a submeter processos à comunicação social, não têm sido nada eficazes a submetê-los ao tribunal. Não se consegue cantar e assobiar ao mesmo tempo.
Isto para dizer que me parece longe de estar esgotado o que pode ser conseguido em Portugal por uma justiça rigorosa nos princípios, e vale a pena perceber o que ou quem lhe tolhe a eficácia antes de deitar os princípios ao lixo e jogar na roleta de justiça musculada, que tem um palmarés ainda pior que a amaricada.
E, na justiça amaricada, ou rigorosa nos princípios, prova adquirida por meios ilegais ou em desrespeito da lealdade processual vale zero em tribunal.
Por último, peguemos no exemplo recente da Edite Estrela, da investigação do Face Oculta, do Correio de Manhã e do Diário de Notícias. As conversas escutadas dela foram para aos jornais. Revelam uma personalidade política rasteira, mesmo reles. Ainda bem que o público tomou conhecimento da forma como ela faz política. Será? Em confesso que o que li não mudou uma linha a opinião que já tinha da senhora, formada a partir de informações públicas legais desde há anos para cá. Também não mudaram a opinião que eu já tinha dos investigadores do Face Oculta, do Correio da Manhã, e do Diário de Notícias. Mas é porque sou cínico e já tinha percebido que eram como são... Ou seja, o que foi publicado é irrelevante.
Façam os investigadores o seu trabalho em vez de facultarem escutas à comunicaçao social, e talvez tenhamos condenações de corruptos poderosos. E um bocadinho menos de merda...

Ana Cristina Leonardo disse...

Entre os amaricados e os musculados venha o diabo e escolha. Porque entre os amaricados e os musculados não é sinónimo de mais vale um culpado solto do que um incocente preso. Quanto à justiça em portugal, dos presumíveis inocentes às investigações do MP, a coisa é assustadora.
Num país normal, ainda há pouco tempo se demitiu o presidente da câmara dos comuns inglesa

Manuel Vilarinho Pires disse...

O meu último comentário desapareceu... leu-o aqui, ou no email de aviso? Se preferir deixar documentada a conversa que estamos a ter, posso copiá-lo para aqui a partir do email. Se não, podemos seguir em frente.

De facto, se for preciso escolher, eu escolho que mais vale um culpado na rua que um inocente preso. Porque o inocente preso significa outro culpado na rua e um inocente preso, o que é pior do que só um culpado na rua.
A questão complicada de resolver (e leia isto como a mera opinião de um engenheiro com experiência de gestão e alguma formação económica, mas nenhuma em direito, o que talvez até nem seja desvantajoso) é que a lei deve conter à partida regras bem definidas para poder condenar à chegada.
E, mesmo que não haja truques para meter umas vírgulas na lei para uso por advogados mais manhosos, pode ser impossível elaborá-la de modo a dar corpo sempre àquilo que estamos a discutir, que acaba por ser, que quando "está na cara" que alguém é culpado deve ser condenado. Porque o conceito de "está na cara" não se consegue redigir para aplicação universal. "Está na cara" visto por quem? Pelo juiz? Por mim? Por si? Pelos taxistas ex-combatentes? Pelos correlegionários do suspeito? Pelos adversários? Se fosse por mim, tenho a certeza que o critério seria honesto, inteligente e justo (não desfazendo). Mas lei que dissesse que era para perguntar se "está na cara" ao Manuel Luís Vilarinho Pires seria lei digna de institucionalizar o seu autor...
Eu tenho a mais absoluta convicção que "está na cara" que o primeiro-ministro de um país do Sul da Europa cometeu inúmeras ilegalidades, de forma tão repetida que também "está na cara" que deve ter cometido actos de corrupção.
Mas se nunca foi levado a julgamento com provas inequívocas do que fez, mesmo que, também "está na cara", isso possa ter sido por obra de mão amiga de gente de dentro do sistema, eu prefiria viver num país em que ele andasse à solta a viver num país em que ele estivesse preso. Porque se o prendessem por "estar na cara", teriam aberto uma porta para o inferno, por onde ninguém poderia ter a certeza de um dia não vir a ser também obrigado a passar.
Dito isto, o desempenho do sistema judicial deve ser cuidadosamente analisado para perceber o que, ou quem, obsta à sua eficácia, até visível nos casos em que "está na cara" mas não acontece nada? Claro que deve!

A Câmara dos Comuns é eleita em círculos uninominais. Político corrupto submete-se ao voto do eleitorado do círculo e só é eleito se ganhar nas urnas. A AR é eleita em círculos de vários deputados. Seria impossível, por exemplo, o candidato colocado em 3º lugar na lista do PS de Lisboa não ser eleito, mesmo que fosse corrupto. E isto não é uma questão de sistema judicial, mas de sistema eleitoral.

Manuel Vilarinho Pires disse...
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Manuel Vilarinho Pires disse...
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maria disse...

ai , Manuel Vilarinho , se eu sou credora de mim própria ( não sou , que nem cartão de crédito tenho , faço questão. pedirei emprestado se ficar doente ou alguém da minha família , que de resto sei protelar satisfações até ter dinheiro para as comprar : nasci assim , imune à publicidade e ao que os outros fazem. obrigado ,não sei bem a quem , mas sou mesmo grata por isso)
acabem lá com essas noticias horríveis que devemos a ETs!!! é que eu não tenho antenas verdes nem nada.mas fico mais descansada , ainda que pense que abraões americanos haverá muitos nos credores.
( peço desculpa . Ana ,pelos 3 porquinhos...mas Bettelhein é tão mais humano que marxistas traumatizados pelo meio em que nasceram...)

Manuel Vilarinho Pires disse...

Senhora Dona Maria,
Para ser credora da República (e de si própria, indirectamente, como sócia da agremiação) não precisa de dever dinheiro ao banco ou ter cartão de crédito. Basta ter dinheiro a prazo, ou PPRs, ou aplicações do género que, por sua vez, estejam aplicadas pelos gestores desses fundos em títulos do tesouro da República Portuguesa.
Eu, por mim, fiz como a senhora, e há alguns anos que não devo um tostão à banca. Liquidei os empréstimos de casa que tinha e passei a comprar a pronto o carrito. Não é gente de bem, e eu nem lhes quero dar dinheiro a ganhar nem ficar refém de dívidas. Nem sequer cheques uso, para não lhes pagar comissões. Uso cartão de crédito como meio de pagamento e pago integralmente no fim do mês, pelo que nunca lhes pago juros do cartão.
Se os sucessivos governos tivessem feito como nós, agora estávamo-nos a rir da crise dos outros. Mas a gente quis tudo, desde o estado social aos moinhos de vento, auto-estradas e submarinos, e os governos foram-nos fazendo a vontade e agora estamos crivados de dívidas. É a (dí)vida...
Mas, se quiser saber a minha opinião, é preferível dever dinheiro aos credores anónimos que, se a gente não puder pagar, se transformam em dadores anónimos, do que aos chineses que, se a gente não lhes paga, se chateiam...