02/11/10

A "punição divina" e a "revolução islâmica" do Irão

Eis uma amostra do que se pode ler num post em que a Palmira F. Silva resume o "estado da questão" no que se refere ao sistema judicial, que é uma das peças fundamentais e um instrumento político maior da ditadura iraniana (clicar na mancha da transcrição que se segue para ler o post completo e aceder aos importantes links que inclui):

Não admira que o Irão queira rever os curricula das disciplinas de direito e de direitos humanos: para além das execuções públicas, mantidas ao ritmo «normal», são cada vez as execuções secretas, ilegais mesmo à luz do que passa por lei no país. De acordo com Ahmad Ghabel, um erudito religioso preso em Vakilabad no princípio do ano, apenas nesta prisão e apenas durante os 3 meses da sua detenção, foram secretamente executados 50 prisioneiros.
Ghabel, libertado sob fiança e detido novamente por ter denunciado as execuções, considera que o governo não fornece dados fidedignos dos enforcamentos nem reconhece as (muitas) execuções secretas para não provocar ultraje a nível nacional mas especialmente internacional. A Amnistia Internacional e o ICHRI (International Campaign for Human Rights in Iran) têm indicações que corroboram quer a escalada nas execuções quer o aumento da brutalidade do regime. O porta-voz da ICHRI explicou à al-Jazeera que «As autoridades estão a tentar reduzir estes problemas (…) usando punições extremas, que violam as leis iranianas e internacionais, numa política de intimidação cada vez mais brutal».
E a brutalidade reflecte-se no aumento das execução e da utilização de tortura nas prisões iranianas mas também na tendência crescente para punições violentas. Há poucos dias, Ebrahim Raisi (ou Raeesi), o responsável máximo do sistema judicial iraniano, elogiou na rádio estatal como um «castigo divino» e «fonte de orgulho/honra» a amputação da mão de um ladrão.

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