04/02/11

Sobre as revoltas egípcia e tunisina, a "legitimidade revolucionária" e os prenúncios de um "processo constituinte"

De uma reflexão inteligente de José María Ridao, que pode ser lida na íntegra em El País (03-02-2011):

El bochornoso titubeo de la Unión Europea ante las revueltas, así como la impúdica posición de Israel, que no ha dudado en considerar sinónimos la estabilidad y la seguridad de la región con el mantenimiento de sus feroces dictaduras, demuestran que, ni en un caso ni en otro, han comprendido la auténtica dimensión de lo que está sucediendo. Sí la han comprendido, en cambio, las dictaduras vecinas de Túnez y Egipto que se sienten amenazadas, y que por eso se aferran al mantenimiento del statu quo, que por eso invocan el repulsivo negocio que concluyeron con Occidente, llegando así, por el camino opuesto, a la misma conclusión que Israel y a las mismas razones por las que la Unión Europea ha titubeado. Porque lo que está sucediendo es que las revueltas están colocando, por fin, en manos de los ciudadanos árabes la soberanía que les usurparon las élites del anticolonialismo, después de haberlo hecho las del colonialismo. Aquellas se limitaron a copiar los métodos de gobierno que estas aplicaban en los territorios sometidos, y que nada tenían que ver con los vigentes en las metrópolis. Con la independencia, las poblaciones que ahora se han levantado cambiaron de tiranos pero no se libraron de la tiranía, con el agravante de que la guerra fría, primero, y la guerra contra el terror, a continuación, establecieron el juego maniqueo en el que ha fraguado, hasta esclerotizarse, la situación política que está saltando por los aires.

Una nueva legitimidad está surgiendo en la región, una legitimidad que solo cabe calificar de revolucionaria. El momento crítico de traducirla en medidas políticas ha sonado en Túnez y Egipto, y puede que siga sonado en la región a lo largo de los próximos días y semanas. En estos dos países se ha empezado a abrir paso, poco a poco, un proceso constituyente que las principales potencias mundiales, incluido Israel, no pueden ignorar, y menos entorpecer, sin arruinar la primera gran esperanza que ha ofrecido el siglo XXI, iniciado bajo el signo de funestos presagios.

21 comentários:

Niet disse...

MS.Pereira: Tenho lido os teus comentários sobre as Intinfadas na Tunísia, e sobretudo, no Egipto. Cuidado: a um necessário processo de democratização há que somar, acima de tudo, um dispositivo muito forte de desburocratização ( social e político-económico) do Exército, sobretudo no Egipto. Ver artigo de Ian Black no The Guardian On Line, de hoje. O Exército é a maior " empresa " do Egipto, meu caro... Como dizia o Trotski- e há que ser condescendente com o R. Teixeira que com o NR de Almeida são exemplos de heterodoxia prática num " site " muito problemático...- " Nenhuma ideia progressista partiu de uma base de massas. É no extremo da situação múltipla que uma ideia toca as massas se, bem entendido, ela responder por si própria às exigências do movimento da História ". Como sabes, Castoriadis nos anos 60- antes da ruptura com o marxismo-defendia a mesma perspectiva, a propósito do " movimento revolucionário sob o capitalismo moderno ". Salut! Niet

Anónimo disse...

Quem é este Niet que cita muito, mal e mistura tudo? Imagino-o na estranja a tratar da manutenção de máquinas de café, em part-time, com uma alemã a trabalhar para ele.
Ninguém lhe paga um curso de línguas? É que nem em português o rapaz(pelas baboseiras deve tratar-se de um rapaz)se expressa bem e o inglês é para ele chinês.

Niet disse...

Anónimo das 9.05: Cuide de si! Sei o que digo, tive uma óptima professora de Inglês em Portugal e sou um " guerrilheiro " do Amor! Todo o seu ódio, deve derivar da sua congénita e insuportável miséria actual passada,actual e futura... Será militante do POUS( Aires Rodrigues e Carmelinda Pereira!!!) ou adepto camuflado do " inginheiro " Sócrates? Sim, sim, tenho um minijob de Estudante por causa da crise...Niet

Niet disse...

MS Pereira: Agradeço que expliques ao anónimo(a)aquilo que está certo no meu comentário.Essa gentinha- quando a conheci- não conseguia entender que a verdadeira liberdade se fundamenta na igualdade...económica,política. Niet

Miguel Serras Pereira disse...

Anónimo das 9 05 e Niet,

esta troca de galhardetes parece-me completamente fora de propósito.
Parecendo que se conhecem, resolvam o assunto no campo de honra ou de outra maneira igualmente civilizada e o mais agradável que vos for possível.
Conto com a vossa compreensão que antecipada e cordialmente agradeço

Saudações democráticas

msp

Anónimo disse...

MSP:
Para resolver as coisas no campo da honra era preciso que o Niet soubesse o que isso é. Mas visto que o Niet declara que é um "guerrilheiro" do Amor fico-me por aqui, dispensando as suas explicações.
Mas quem andou a vender queijos na AR aos deputados do PS, depois de escrever no extinto jornal socialista "Portugal Hoje", não tem moral para falar do inginheiro.
Importa-se, já agora, de explicar ao Niet que com a idade dele há sempre o recurso a uma Universidade sénior. O problema é que em Estugarda as aulas são em alemão e o Niet, que lá vive há um ror de anos, não tem ouvido para línguas.

Niet disse...

Anónimo das 11,26: Mostre a cara!E discuta ideias! Sempre fui leal e libérrimo para com todos. Tive as minhas derivas freaks,ecológicas...mas nunca pus de lado o Castoriadis,o Sollers e o Saul Bellow!!! O sr(a). é que parece não perceber- continua o fado, este o ponto nuclear da sua falsa argumentação porque não sabe...- que um processo de democratização político implica uma critica da burocracia, neste caso, do Exército normal e profissional. Repito: cuide de si e descubra a cara; paralelamente, vai aprendendo de borla umas coisas.Niet

xatoo disse...

ih, ih, ih
tricas que opõem o individualismo de massas contra o individualismo de cada individuo per si... onde intentam chegar?
e sim, o exército é sempre a maior empresa (uma rede complexa de mercenários assalariados numa pirâmide que chega do mais alto ao mais baixo nivel) seja no Egipto ou onde quer que seja, umas vezes é mais bem ocultado, outras não, outras ainda nem existe, como amiúde para os endiabrados militantes das causas perdidas; por exemplo, muitos desses nem reconhecem o Complexo-Politico-Militar norte americano

Anónimo disse...

Xattoo:
Não é só o exército. O FAR fala de exército normal e profissional. O Niet é o Rogeiro da esquerda. Isto não são tricas, são vias de facto. A verdeira liberdade, como bem o Niet diz, se fundamenta na igualdade. Que o pastor de Estugarda, nos salve e que a Dilma conte com o moço!

Anónimo disse...

Tenho uma dúvida. O Niet pede a cara ao anónimo com que intuito? As ideias precisam de cara? Niet é menos marca que Porsche? Está numa de valentão?
Aproveito para retribuir ao MSP as saudações democráticas mas, se me é permitido, dispenso o conselho.
Os blogues são o que são e as caixas de comentários também. Ser de esquerda tem que ver com o perceber estas trivialidades.

Miguel Serras Pereira disse...

Anónimo que dispensa o conselho,

bom, o campo de honra não era propriamente um conselho - só um exemplo. Eu, de resto, reconhecia que poderia haver outras maneiras agradáveis e civilizadas de resolver o assunto. Quanto ao resto, limitava-me a dizer que os tiros estavam a sair um pouco ao lado da ordem de trabalhos.

Reitero, assim, tanto aquilo que escrevi como as saudações democráticas de há pouco

msp

rui disse...

o processo "constituinte" apenas é "revolucionário" na medida do bloqueio político e social actualmente existente na maioria dos países árabes, bloqueio esse feito com base em justificações díspares e por vezes aparentemente antagónicas (algumas delas muito do agrado de sucessivas gerações da esquerda, como o hipotético contrapeso "anti imperialista" constituído pelos países do terceiro mundo - veja-se o elogio frequentemente feito no 5 dias ao Ahmadinejad, dando relevo a essa hipotética qualidade e ignorando soberanamente (irracionalmente) o cariz do regime que ele lidera).
Se as coisas correrem bem, isto é, se o Mubarak zarpar para uma Alemanha dourada qualquer, o que ainda está longe de ser líquido, e se não deixar atrás um clone descarado, será suficientemente revolucionário que se consiga iniciar a construção de um sistema autonomamente concebido pela sociedade egípcia, equivalente ao que vulgarmente se designa com algum desprezo como "democracia burguesa". Como pode isso acontecer, sobretudo atendendo à natureza e ao poder do exército egípcio? Lembro-me de um panfleto marxista leninista pouco antes do 25A reportando com desprezo alguns indícios de movimentações entre os militares: "insoburdinam-se os mercenários do capital"... nesse caso sabemos a continuação da história.

rui disse...

insubordinam-se, sorry...

Miguel Serras Pereira disse...

Caro Rui,
o seu comentário daria pano para mangas e põe, de facto, o dedo na ferida de certas superstições e dogmas pseudo-radicais.
Sob outros aspectos, creio que a sua perspectiva é bastante próxima da do artigo que cito neste post.
Quanto à minha própria leitura, que procuro manter sóbria, do problema, deixe-me remetê-lo para os dois comentários que pus na caixa do post do Ricardo Noronha (http://viasfacto.blogspot.com/2011/02/na-cama-com-o-socialismo-democratico.html#comments). Se o leio bem, os "considerandos" ou "pontos de ordem" da sua leitura e da minha não são antagónicos. Que lhe parece?

Cordiais saudações republicanas

msp

Niet disse...

Uma breve nota, que não resisto a enunciar para tentar ajudar, claro e sobretudo. Um fragmento de um recente livro de Castoriadis, Histoire et Création, textes philosophiques 1945/67, Seuil/France. " O novo não é o disparatado, é novo na e nessa história precisa. Tudo não é possível por certo: tanto que a realidade se apresente " definida ", ela define também, isto é, quer dizer que é determinada e determinante, o novo não pode ser verdadeiramente novo sem ter um qualquer sentido em relação com o que existe, já; de outra forma, não seria novo, seria inatingivel, indizível, irreal ". Acho que não é preciso traduzir por miúdos... As forças armadas egípcias - com dualidades e comportamentos divergentes na sua estrutura piramidal -exprimem o poder de Estado e de dominação social estrutural quase de forma absoluta. Como reagirão a apelos cesaristas e bonapartistas dos sectores mais conservadores das élites dirigentes dos países que compõem a Liga Árabe e, por outro lado, que reacções podem esboçar face aos desafios liberais difundidos e centralizados pela administração Obama? Niet

rui disse...

Miguel, não tenho problemas em identificar-me com a perspectiva do artigo. Parece-me correctíssima, embora ignore que outras ilações tira dele o seu autor, em particular quanto à natureza do processo “constituinte” e do seu resultado. Também não vejo nenhum antagonismo com a sua perspectiva que como bem descreveu tem apresentado de forma sóbria ou, sem pretender atrever-me a tentar “recuperá-la”, “pragmática”.
Claro que há discordâncias: você identifica que "até ao momento, ainda não emergiu no terreno da luta um projecto claramente articulado e colectivamente investido no sentido dessa transformação revolucionária, porque radicalmente democrática”.
Na minha opinião, isto é uma das duas grandes demonstrações da genuinidade da revolta árabe: em primeiro lugar porque aparentemente a estruturação da resposta logística aos problemas da manutenção de um grupo alargado de manifestantes na praça e aos terríveis testes porque tem passado, foi espontânea, apesar da presença subliminar, também ela “sóbria”, dos Irmãos Muçulmanos. Em segundo lugar, não apareceram organizações políticas à ganância, numa sofreguidão de auto propaganda, impondo palavras de ordem “messiânicas” forjadas a martelo por decalque de referências ocidentais (como foi o caso, por exemplo, do 25 A em que as genuinas e espontâneas manifestações populares foram largamente vampirizadas pelas inesgotavelmente diversas facções da esquerda)ou islâmicas. A reinvindicação egípcia é mais básica, simples, autónoma, particular, universal e portadora de uma pujante estética: “põe-te na rua”. O resto está lá tudo implícito. Pode a humanidade agradecer isto, pelo menos em parte, ao bom Mubarak. Claro que esta “força” é também a sua fraqueza, já que o movimento parece impotente para dar o passo, isto é, o pontapé, final. No Mubarak, para que aterre longe. Arrisca-se ao pântano. E aí entra a marcha dos militares, das intervenções americanas/israelitas e europeias, exigências de estabilidade, ordem e honra dos compromissos, que prenunciam o desastre. Mas nada é perfeito.
Repare-se que o povo quer correr com um regime que começou de forma belissima, com a deposição de um rei pelos jovens oficiais, a aproximação do novo regime ao “farol” da época, e adesão ao chamado “socialismo islâmico”, um episódio cuja degenerescência e consequências no norte de áfrica é retratada de forma magistral – e brutal- pelo Juan Goytisolo que você tão bem conhece, quanto mais não fosse a propósito da excelente tradução do “Espanha e os espanhóis”. O que virá a seguir? O povo, aparentemente, é modesto: nada de conselhos operários, nada de radical, pede meras “eleições livres”. Para nós, “meras” eleições, mas um passo gigantesco para esta região, depois do fim da história de mais um socialismo – desta vez o islâmico - mas que em si não garante nada, como sabemos. Vamos, como sempre, ter alguma esperança e ver o que acontece. Até porque a massa de contestatários está longe de ser, como poderia indiciar o aspecto descuidado como se veste, mesmo para os nossos padrões mais libertários, constituída por camponeses semi analfabetos.

Niet disse...

A cena egipciana é deveras complexa: a revolta foi articulada por organizações de base criadas nas revoltas de 2006/8, por um lado; por outro, parece inegável que- à direita e à esquerda-da Irmandade Muçulmana, que está no terreno desde 1928,existem outras organizações, quer sindicais, quer estudantis e de orientação marxista-leninista diversa.Aliàs, a perplexidade da estratégia de Obama -irrecusável- é que os americanos pensavam arranjar um novo " suporte " interclassista- de classes médias urbanas- para poderem ultrapassar o cesarismo nespótico e corrupto do clan Moubarak e seus acólitos.A realidade parece outra, mais dificil e complexa. Vidé série de artigos de especialistas no Foreign Policy e a análise de hoje do NY Times. Niet

rui disse...

sem dúvida que muitos dos participantes têm uma história oposicionista, mas a natureza do regime tem-se encarregue de limitar drasticamente a sua implantação, sobretudo num universo populacional da dimensão da egípcia. A mim parece-me notável a ausência aparente de líderes. Mesmo o el-Baradei, mais facilmente referenciável para nós, ocidentais, parece ser desconhecido para uma larga percentagem dos manifestantes. Donde ser ainda mais surpreendente que os Irmãos não o tenham procurado neutralizar imediatamente, pelo menos de forma óbvia. Conhecendo minimamente a estrutura mental dos dirigentes e militantes de organizações ultra minoritárias fica-se estupefacto pela aparente ausência, até ao momento, de certos mecanismos.
Quanto à estratégia dos americanos... bom, é curioso ver como a suposta potência dominante a quem alguns atribuem poderes sobrenaturais continua a ser apanhada com as calças na mão. Os americanos e não só, porque também é intrigante ver pessoal que fica rôxo de fúria com o Bush porque "agiu" supostamente para "instaurar a democracia" (muitas vezes apenas centrando a argumentação na "falsidade" das intenções bushistas), criticar agora o Obama por reagir tarde e não correr com o ditador sem delongas... Quanto a mim, dadas as suas limitações (que começam por ser as de um presidente dos estados unidos, potência com interesses próprios, e pelo facto de ser muitissimo mais fácil eleger um presidente americano de côr ou mulher do que um que não seja um títere de Israel), Obama, apesar do que é percepcionado como hesitação por pessoal que abomina o poder americano mas que sinceramente julga que basta ao homem pegar no telefone e dar um berro para impôr uma solução realmente democrática, até se tem saído na base do mal o menos... e agora vou procurar os tais artigos...

Niet disse...

Eu não o interpelei pelo nome, prezado Rui,contra a minha vontade e feitio para respeitar a sua independência e individualidade. Agora sobre a sua questão em torno da popularidade de El Baradei, há a salientar que foi Nobel da Paz, o que lhe deu uma aura popular muito grande por todo o Mundo Árabe. Por outro lado, o pai dele pertence à Irmandade Muçulmana. Já ouvi na France24 a dupla Mohamed Hussein, célebres sociólogos com um livro famoso sobre o Egipto,entre outros, publicado na Maspero/La Découverte, há cerca de 40 anos.Fiquei espantado com a profundidade dos conhecimentos por eles explanados: alertaram para as perseguições e prisões contra militantes e activistas no Cairo e nas principais cidades egipcias. Salut! Niet

Niet disse...

Adenda: Seis grupos estiveram presentes no primeiro lance de conversações com o vice-presidente do Egipto: 1) Movimento do 6 de Abril;2) Grupo para a Justiça e a Liberdade;3) Campanha do porta-a-porta; 4) Campanha popular de apoio a El-Baradei; 5) Irmandade Muçulmana; 6) Frente Democrática. Niet

rui disse...

Caro Niet muito obrigado pela informação. Quanto às "interpelações", penso que o que fazemos aqui, como em geral na blogosfera, é aproveitar a abertura e fluidez do meio para comentar, interpelar, por vezes divagar, sempre partindo do princípio de que tudo o que é dito é questionável e dotados da dose de fair play necessária para receber todo o tipo de respostas.as interpelações directas deverão ser tratadas de forma não burocrática, partindo do princípio de que algumas são evitáveis ou desnecessárias, outras opcionais, e outras ainda inevitáveis. Quanto à questão dos anonimatos, não me seduzem particularmente os ataques aos "anónimos", acho-os largamente irrelevantes por duas razões: em primeiro lugar porque o anonimato é relativo tratando-se de matéria criminal, em segundo do ponto de vista "prático" do contacto diário, tirando o caso de figuras publicas mais ou menos conhecidas como é o caso de diversos autores deste blog, mas não é necessariamente a regra, qualquer um é mais ou menos "anónimo" independentemente de utilizar o seu nome ou pseudónimo. e ainda por uma terceira razão: prezo imenso a liberdade de cada um se apresentar ou não da forma que lhe apeteça. Isto, claro está, como em tudo coloca responsabilidades éticas a todos e necessariamente aos anónimos, nomeadamente a responsabilidade de se assumir quando se procede a um ataque pessoal directo, nem que seja informando particularmente o atacado. Quebrada essa regra, seja-se que tipo de anónimo seja, entra-se no domínio da cobardia, o que é lamentável.