08/01/11

Será por a direita estar unida à procura da unificação dos poderes que os da esquerda que quer morrer virgem são alérgicos a votar Alegre?







O candidato presidencial Manuel Alegre advertiu hoje os seus apoiantes que irão enfrentar "um combate terrível", porque a "direita unida" domina os poderes económico e mediático, pretendendo agora "o poder todo" com Presidência, Governo e Parlamento.

(publicado também aqui)

12 comentários:

António Geraldo Dias disse...

Vamos por partes importantes da esquerda votam alegre, o pcp apoia um candidato próprio e os que querem morrer virgens têm o direito a fazer o que querem com seu corpo!

João Tunes disse...

Tal e qual. Melhor: sem pôr nem tirar. Ou seja: é isso mesmo.

Joana Lopes disse...

Perguntar não ofende e eu faço minha a tua pergunta, João.

João Tunes disse...

Mas, Joana, nesta altura (do post) ainda não conhecia o patrocínio de Mitterand... Tivesse lido antes o vosso blogue e provavelmente não me teria metido com a malta virgem...
Livra!
Abraço.

josé manuel faria disse...

Um raciocínio deste tipo levado ao extremo conduziria há necessidade de nas próximas legislativas a esquerda votar útil no PS com receio do PSD obter maioria absoluta.

São eleições diferentes, claro. Mas, um governo de maioria absoluta PSD é uma realidade política pior que ter Cavaco na PR.

João Tunes disse...

Não acho que haja "ou" mas sim "e". Se Cavaco ganhar as eleições, segue-se certamente o governo com maioria absoluta do PSD. Duas desgraças, havendo que evitar a hipótese imediata.

Miguel Serras Pereira disse...

Pois ém caro João: mas a "direita unida" ou o bloco oligárquico, que concentra cada vez mais nas suas mãos os poderes político, económico e mediático, tem tido no governo actual um dos seus principais instrumentos de acção institucional, bem como de racion e justificação "ideológicas". E quando se quer combater - terrivelmente - a união dos interesses oligárquicos conjugados na ofensiva contra os direitos sociais e liberdades políticas convém chamar os bois pelos nomes um pouco mais claramente do que MA o tem feito. Caso contrário, estar-se-á a contribuir para uma mistificação e um equívoco - do tipo "evolução na continuidade" - democraticamente pouco recomendável. Ainda que com as intenções mais virginalmente cândidas.

Abraço democrático

miguel (sp)

joão viegas disse...

Nem que seja apenas em razão do espectacular titulo do post (de olhos fechados, portanto, que não li o resto) estou com o João Tunes.

Alias, fazendo eco às querelas teologicas que ciclicamente fazem furor por estas bandas, cabe referir que a questão melindrosa de saber até que ponto a esquerda ainda o é (esquerda) quando se recusa liminarmente a perder a virgindade, é das mais apaixonates que ha, senão mesmo a unica que interessa.

Não tenho resposta, mas acho que a forma como a pergunta é colocada é ja meio caminho (caminante no hay camino).

Pessoalmente vou votar Alegre, essencialmente porque as eleições presidenciais não interessam para nada em si, mas podem ajudar a entender que não é completamente impossivel haver uma maioria de esquerda. E quem diz maioria, diz também dinâmica. Ora ai esta o que falta em Portugal, e que nunca existiu : encontrar o ponto firme em que deve assentar uma politica de progresso.

Por razões essencialmente poéticas, portanto, que não me passaria pela cabeça qualificar de "convincentes".

Abraços

Miguel Serras Pereira disse...

João e Joana, ao nível de Portugal e da UE, isto já lá não vai com "alas liberais" - ou melhor, não me parece que seja nelas que democratas como vocês devam apostar. Ora, salvaguardadas todas as proporções, a candidatura de Manuel Alegre é numa espécie de "evolução na continuidade" que aposta. Integrar-se no regime invocando a necessidade de o "democratizar "- com o que só o legitima, esquecendo que entrar no regime em causa significa renunciar a qualquer tentativa séria de democratização. Na realidade, a campanha de Alegre, queira-o ou não, avaliza uma das suas cabeças de cartaz da presente cena política oligárquica, ainda que para atacar a outra.
É possível ter Sócrates como cabeça de cartaz nos comícios da candidatura e marcar uma posição de ruptura frente a este governo?
Vocês dir-me-ão que Sócrates é um adesivo. Mas eu digo que adesivo ou não, o seu apoio, provavelmente apostado na derrota do apoiado, conforma uma ligadura paralisante na qual MA consente e da qual se reclama, impondo-lhe o papel a que chamei da "evolução na continuidade".
Eis algumas das razões porque penso que votar contra a "situação" passa por não votar em qualquer dos candidatos. Nem essa extravagância obscura que se chama Defensor de Moura, nem no médico que confunde a política com a terapia, nem num tipo que exige que Portugal seja indemnizado por ter aderido ao euro, além de ser uma figura democraticamente nula (se me é permitido o eufemismo), nem nesse candidato a represidência de uma fracção singularmente mafiosa do mundo dos negócios.
Assim, no dia 23, voto contra.

miguel (sp)

Ana Cristina Leonardo disse...

que alguém queira votar no alegre para chatear o cavaco, eu entendo. mas por causa da poesia?!!! ou do seu projecto político/existencial (vide aquele livro que mete pregos)?!!!
aí já não consigo chegar.

joão viegas disse...

Cara Ana Cristina Leonardo,

So agora vi o seu comentario. Por favor note que existe uma diferença importante entre "por razões poéticas" e "por causa da poesia (subentendido seu : do Manuel Alegre)".

Mas num aspecto, dou-lhe razão, se considerarmos a pobreza (confessada) das minhas razões poéticas de votar nele, a distância não sera tão grande assim, e pode perfeitamente suceder que o sonho de uma dinâmica parlamentar de esquerda, neste momento, não passe de um mau poema de Manuel Alegre...

Tempos dificeis para os reformistas do meu estilo !

Ana Cristina Leonardo disse...

Tempos MUITO difíceis, indeed!