19/08/11

Federico García Lorca (5 de Junho de 1898 - 19 de Agosto de 1936)

Federico García Lorca

Como quer el-rei ter rosas
sem incêndios nos caminhos?

Sombra de rosa o teu corpo
nocturno sol vagabundo

A morte de García Lorca
transforma em rosas o vinho

transforma em rosas o pão
a água em rosa de lume

Transforma a terra de espanha
numa rapariga nua

Cantas ou crescem os rios
da minha pátria salgada

potro de cal e mar vivo
pequena espanha cercada

E parte-se o corpo do mar
parte-se a festa do vinho

Como quer el-rei ter rosas
sem incêndios nos caminhos?

1970

(Miguel Serras Pereira, Todo o Ano, Porto, Limiar, 1990)

4 comentários:

Luis Rainha disse...

Bravo.

Prefira Poetas Nacionalizados disse...

NÃO TEVE filhos nem amor nem medo

em sua estrada

não houve nunca o mínimo segredo

a mínima cilada


e para além dos portais

não viu jardins em flor e a noite era estrelada

e havia em cada esquina uma promessa

por fim a morte, igual a tantos mais

apodreceu

enterrem-no depressa....

(Dedicado a revolucionários xéxés?)

Mea Culpa Mea Maxima Culpa Miserere Dominus Meo disse...

NÃO TEVE filhos nem amor nem medo

em sua estrada

não houve nunca o mínimo segredo

a mínima cilada


e para além dos portais

não viu jardins em flor e a noite era estrelada

e havia em cada esquina uma promessa

por fim a morte, igual a tantos mais

apodreceu

enterrem-no depressa....

(Dedicado a revolucionários xéxés?)

TABULA RAZA.....

é só modificar e...pronto disse...

NÃO TEVE filhos nem amor nem medo

em sua revolucionária estrada

não houve nunca o mínimo segredo

a mínima cilada


e quando nos revoltados portais anoiteceu

não viu jardins em flor e a noite era estrelada

e havia em cada esquina uma promessa

para os filhos que herdam do nada o nada

por fim a morte, igual a tantos mais apodreceu

enterrem-no depressa....