04/01/16

Il n'est pas de sauveurs suprêmes: Ni Dieu, ni César, ni tribun. Travailleurs sauvons-nous nous-mêmes…

Hoje, por duas vezes, vieram-me à memória estes versos da primeira versão conhecida da Internacional, que servem de título a este post.

Lembrei-os, primeiro, ao ler esta notícia sobre o Charlie Hebdo:

La revista Charlie Hebdo sacará a la venta un número doble especial este miércoles con motivo del primer aniversario del atentado contra su redacción en el que murieron 11 personas. Fiel a su defensa feroz de la laicidad y a su anticlericalismo, en portada muestra a un Dios barbudo a la fuga, manchado de sangre, con un fusil Kaláshnikov colgado del hombro y el titular: “Un año después, el asesino sigue suelto”. Lo acompaña un incisivo editorial de su actual director, el dibujante Riss, en el que advierte lo siguiente: “No son dos gilipollas encapuchados los que van a tirar por el suelo el trabajo de nuestras vidas”.
“Las convicciones de los ateos y de los laicos pueden desplazar muchas más montañas que la fe de los creyentes”, escribe Riss, él mismo herido en el ataque del pasado 7 de enero y autor también de la portada. Denuncia a los “fanáticos embrutecidos por el Corán” y los “venidos de otras religiones” que habían deseado la muerte del siempre irreverente semanario por “haberse atrevido a reírse de la religión”.

Depois, ocorreu-me que não seria despropositado lembrá-los também contra as muitas e desvairadas reciclagens do Estado e dos seus chefes a que boa parte da esquerda da região portuguesa se tem entregado com afã em função das próximas presidenciais.

Para bom entendedor…

2 comentários:

joão viegas disse...

Ola Miguel e bom ano para todos (mas sera que poderia ser pior do que 2015, não me parece...),

Concordo com os versos, e concordo com a capa do Charlie Hebdo. Quanto ao texto, eu, que sou ateu, e que sou laico, mas que não deixo por isso de ser purista, reparo que as duas coisas não se confundem completamente, de maneira que julgo que não podemos assimilar assim tão depressa o "laicismo" e o "anti-clericalismo". Nem é preciso. Antes pelo contrario, a distinção permite salvaguardar as três coisas :

- o ateismo (que é um credo, até ver)
- o laicismo (que é um principio de respeito dos credos)
- o anticlericalismo (que é uma convicção)

Ou muito me engano, ou a ultima frase citada no texto escorrega um pouco, assimilando indevidamente o que devia ser um simples credo a uma religião, o que devia ser um principio a uma petição e o que merece ser uma convicção a uma cruzada. Mas também é verdade que estamos a falar de um artista, portanto tudo bem. Alias, ja não me lembro de quem dizia "uma imagem vale mais que mil palavras, ora tenta la dizer isso com um desenho...".

Abraços republicanos a todos

Miguel Serras Pereira disse...

Caro João, bom ano para ti, também. E, claro, as tuas cautelas são pertinentes. No entanto, como tu próprio sugeres, não retitam pertinência ao meu ponto. Bem-vinda a crítica, pois. Abraço

miguel(sp)