Lisboa perdeu ao longo dos últimos trinta anos cerca de trezentos mil habitantes. Os que saíram não o fizeram por vontade própria ou por terem uma situação financeira estável ou satisfatória. Antes pelo contrário. Foram expulsos - a palavra é pesada,. mas rigorosa - da cidade de que gostam e à qual regressam diariamente para aí trabalhar. Por isso, a magnífica cidade de Lisboa tornou-se uma cidade injusta, promotora da exclusão e da segregação espacial dos seus habitantes, que espalhou pelos subúrbios da Área Metropolitana.
A declaração do Presidente da Câmara, Fernando Medina, é, por essa razão, uma declaração relevante e um forte desafio que ele coloca a si próprio e à sua equipa. Tornar Lisboa uma cidade inclusiva, uma cidade para todos, uma cidade mais justa, implica muitas decisões e muitas roturas, particularmente com o modo como as coisas foram sendo feitas ao longo das últimas décadas. Construir uma cidade inclusiva é um processo demorado [ não se faz num ano, tão pouco numa década], mas que tem que começar já a ser construído. Nalguns casos, para ser completamente eficaz, Medina necessitará de decisões ao nível governamental, mas a decisão política municipal e o empenho da autarquia serão muito importantes. Vamos ver como as coisas irão correr e vamos ver aquilo que serão as políticas públicas propostas, para lá das declarações importantes mas insuficientes, por si só.
06/04/16
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