10/06/10

Arrastão, cinco anos depois

Passam agora cinco anos sobre o famoso «arrastão» na praia de Carcavelos. O Luís Branco lembra-nos aqui o episódio e outros atropelos mais recentes à verdade. No final do texto, como bónus, é possível visualizar o documentário feito a propósito por Diana Andringa - do qual se diz, com muita propriedade, que devia ser de visionamento obrigatório em qualquer escola de jornalismo.

2 comentários:

Ricardo Noronha disse...

O Luís esteve muito bem. Antes de ver o teu, fiz um post com a ligação e uma citação. Depois tirei para evitar ser cacofónico. A Valentina Marcelino é de facto um achado.
E a Diana, claro está, ensinou-nos muito sobre o jornalismo.

Miguel Serras Pereira disse...

Miguel e Ricardo, caros camaradas,
Camarada Ricardo,
pois é assim mesmo, é a lógica da modernização, da excelência, da eficácia da reorganização ou reengenharia social da economia governante, contra os arcaísmos da cidadania democrática.
O liberalismo clássico alimentava uma concepção do Estado-polícia (ou, por vezes, tão só guarda-nocturno) que se devia limitar a intervir para fazer cumprir as leis. O neo-liberalismo avança a passos largos na promoção do Estado policial. À precarização dos trabalhadores, isto é, de camadas cada vez mais amplas da população, corresponde uma espécie de banditização da polícia, se assim se pode chamar, a um estatuto de excepção e privilégio que a põe acima da lei comum. É uma evolução comparável ponto por ponto à evolução que leva as grandes organizações criminosas a desempenharem também funções de polícia em certos domínios ou áreas que controlam. A fusão conhece casos elucidativos aos níveis médios-superiores que asseguram o expediente dos dois tipos de organização. A grande criminalidade organizada precisa de um mínimo de ordem para poder prosperar. As forças de polícia reclamam o direito ao uso de métodos que deram provas aos níveis superiores da criminalidade organizada para poderem manter a ordem e defender os interesses dos que a definem em seu proveito.Basta observar o "modelo chinês" e tirar dele as devidas lições. Só os anarquistas é que sustentam que pode ser de outra maneira. Logo, os que sustentam que pode ser de outra maneira são pelo menos potencialmente anarquistas. E é preciso tê-los de baixo de olho. As prioridades da prevenção do terrorismo assim o querem. Assim NOS querem: precarizados, vigiados, desarmados e em liberdade condicional nas casernas sociais do exército da mão de obra de reserva…
Até mais ver. Até sabermos, como diz o poema do Ruy Belo, levantar a voz e a cabeça, como quem não "em vão requer / o que de rosto erguido já lhe pertencia".

Abrçs

miguel sp