Foi com gosto que assisti à derrocada do “estilo Mourinho” adoptado por Joachim Löw frente a La Roja. Löw devia ter tido cuidado com as imitações e não tentar repetir, face a uma equipa semi-Barça, a conquista da Champions feita à custa do assassinato do futebol. Pagou com língua de palmo e ainda bem. Não se podem dar tiros no futebol todos os dias e todas as vezes. Oxalá o treinador holandês aprenda com o fracasso imitativo de Löw e tenhamos uma final digna da final de um Mundial. Até porque a equipa espanhola está longe de ser imbatível e até Portugal lhe podia ter ganho se o medo não se tivesse posto a guardar a vinha de Queiroz.
Mas se Mourinho é um tipo assumidamente de direita, tão de direita que recorre com gosto ao extermínio do espectáculo em que enriquece, o que não me apoquenta enquanto adepto porque no Real vai ter de mudar de disco, pela esquerda da teoria desportiva, o ataque ao futebol está entregue a boas mãos. Por exemplo, através do Zé Neves, sobretudo quando este camarada ordena inteligentemente “O futebol não implica competição. O objectivo do jogo não é necessariamente marcar golos e ganhar. O objectivo do jogo é também, e em muitos casos apenas e só, jogar.”. O que só pode ser entendido como uma provocação colocando o espectáculo-futebol no jardim da Celeste. Fico agora entendido porque é que com os anos que levo de bancadas de estádios nunca encontrei o Zé Neves por lá, nem sacristão das suas ideias estapafúrdias embora inteligentes. Pelo contrário, e sem escolher as companhias, só acamaradei com maltas, umas mais radicais que outras, que queriam golos e ganhar (e se fosse a jogar, tanto melhor).
08/07/10
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