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Mas se Mourinho é um tipo assumidamente de direita, tão de direita que recorre com gosto ao extermínio do espectáculo em que enriquece, o que não me apoquenta enquanto adepto porque no Real vai ter de mudar de disco, pela esquerda da teoria desportiva, o ataque ao futebol está entregue a boas mãos. Por exemplo, através do Zé Neves, sobretudo quando este camarada ordena inteligentemente “O futebol não implica competição. O objectivo do jogo não é necessariamente marcar golos e ganhar. O objectivo do jogo é também, e em muitos casos apenas e só, jogar.”. O que só pode ser entendido como uma provocação colocando o espectáculo-futebol no jardim da Celeste. Fico agora entendido porque é que com os anos que levo de bancadas de estádios nunca encontrei o Zé Neves por lá, nem sacristão das suas ideias estapafúrdias embora inteligentes. Pelo contrário, e sem escolher as companhias, só acamaradei com maltas, umas mais radicais que outras, que queriam golos e ganhar (e se fosse a jogar, tanto melhor).
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