03/12/10

No ponto de confluência de um grande número de mistérios


A nossa sociedade é construída no segredo, desde as «empresas-ecrãs» que põem às escuras os bens concentrados dos possuidores, até ao «segredo-defesa» que cobre hoje um imenso domínio de plena liberdade extra-judicial do Estado; desde os segredos, muitas vezes assustadores, da fabricação-pobre, que se escondem atrás da publicidade, até às projecções das variantes do futuro extrapolado, sobre as quais só a dominação lê a marcha mais provável daquilo que ela afirma não ter nenhum tipo de existência, calculando as respostas que então empregará misteriosamente. [...]
Cada vez há um maior número de homens formados para agir no segredo; instruídos e adestrados para só fazer isso. Trata-se de destacamentos especiais de homens armados de arquivos reservados, isto é, de observações e análises secretas. Outros estão armados de diversas técnicas para exploração e manipulação desses assuntos secretos. Finalmente, quando se trata dos seus ramos «Acção», eles podem igualmente estar equipados de outras capacidades de simplificação dos problemas estudados. Enquanto que os meios atribuídos a estes homens especializados na vigilância e na influência se tornam maiores, também encontram as circunstâncias gerais que Ihe são de ano para ano mais favoráveis. [...] 
É difícil aplicar o princípio «cui prodest?» num mundo onde tantos interesses activos estão tão bem escondidos. De tal modo que, sob o espectacular integrado, vive-se e morre-se no ponto de confluência de um grande número de mistérios.

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