19/10/11

Excertos de uma proposta de austeridade republicana para a consolidação da actividade económica e o início imediato da abertura dos caminhos da democracia

Desculpem-me o comprimento do título, mas foi a melhor maneira que encontrei de resumir as grandes e simples linhas da proposta que Henrique Manuel Bento Fialho apresenta na Antologia do Esquecimento. Gostaria, por mim, de explicitar apenas que esta tónica proposta de igualização dos rendimentos e de democratização do mercado — no qual o voto de cada um passaria a pesar tanto como o dos demais, à semelhança do que se passa em qualquer assembleia minimamente democrática —  tem por pressuposto e condição óbvios uma proporcional igualização das condições de participação na direcção política da cidade e das suas actividades económicas.

Eis, pois, os excertos mais significativos daquilo a que bem poderíamos chamar uma solução de austeridade republicana para a saída da crise:

Camarada Van Zeller, mesmo não o tendo ouvido, devo dizer que gostei muito de escutá-lo. Vem vossa excelência alvitrar que os privados sigam as boas práticas do público e suspendam também eles os subsídios de Natal e de férias. Se calhar disse mal, vossa excelência não alvitrou. Na verdade, limitou-se a oraculizar. Cito: “As empresas, ao preferirem não despedir, podem cortar nos subsídios ou noutras regalias para evitar despedimentos. Não se sabe como é que isto pode ser feito legalmente, mas em 1983 fez-se".

Camarada, sem pretender beliscar a sua sempre sábia perspicácia, proponho alternativas. Como compreenderá, estas alternativas limitam-se apenas a seguir a sua boa axiomática. Por exemplo, as empresas, ao preferirem não despedir, podem optar por uma redistribuição equitativa da riqueza gerada. Não se sabe quando é que isto foi feito, mas estou certo de que a lei o permite.

(…)

Porque é que em vez de cortarmos nos subsídios de Natal e de Férias, não evitamos despedimentos generalizando a toda a gente (incluindo patrões, gestores, directores, administradores) o “salário médio nacional”, ou seja, o mínimo? Era uma medida de canhão! Imaginemos, camarada Van Zeller, vossa excelência e a sua senhora a viverem com 500€ por mês a bem do sacrifício nacional.

São tempos de austeridade aqueles que vivemos, exigem sacrifícios, medidas radicais, extraordinárias. Pois bem, eu ando a sacrificar-me desde que comecei a trabalhar. Para mim sempre foram tempos difíceis. Há anos que a minha vida sofre as consequências das medidas extraordinárias. Se pela economia tudo vale, eu sugiro que valha mesmo tudo. Portanto: 500€ para si e para todos os patrões, para todos os administradores, para todos os gestores, para todos os directores, para todos os ministros, para todos os secretários e sub-secretários e sub-sub-secretários de Estado, para os generais e para os capitães, toda a gente a auferir 500€ por mês até a Moodys e o FMI ficarem satisfeitos e os mercados deixarem de andar perturbadíssimos. Excepto o Américo Amorim, esse é cá dos nossos.

Vale?

2 comentários:

LAM disse...

É interessante como uma boca deixada cair numa entrevista, que em tudo aparentou não estar prevista nem estudada, (na verdade aquilo pareceu mais a fuga do ministro para justificar os cortes do 13º e 14º meses e, tanto assim foi e tanto aparentou uma medida dessas nunca ter sido sequer objeto de estudo anterior, que a disparidade dos números apresentados, primeiro 50 mil, depois 100 mil - "só" o dobro - para terminar num objetivo "entre os 50 e os 100 mil"): foi, ainda com a ideia no ar, de imediato apropriada como programa de "gestão" pelo brilhante chefe dos nossos brilhantes "empresários".

o president num quer ser curtadu disse...

ó filho

Vers un démantèlement?
A ces disputes sur les taux de la LPP s’ajoute le débat, plus large, de l’âge de la retraite. Il y a quelques années, l’ancien ministre de l’Intérieur Pascal Couchepin avait suscité la polémique en déclarant qu’il serait à terme inévitable de le faire passer de 65 à 67 ans.

La gauche s’était par ailleurs battue pour faciliter l’accès des faibles revenus à la retraite anticipée. Là aussi, le Parlement n’avait pas donné suite.

Compte tenu de ces différents éléments, on voit que le débat sur les retraites reste tendu. En Suisse comme dans le reste de l’Europe, un fossé sépare la droite, qui entend anticiper les effets du vieillissement de la population, et la gauche, qui n’a de cesse de dénoncer un démantèlement progressif du système des retraites.

e lá só pagam entre 1100 e 2280 francos suiços

olha se fosse aqui enforcavam os gajus