05/03/12

Só roubamos as bicicletas de marca estrangeira?

Diz o João Rodrigues, e bem, que a ideia segundo a qual vivemos um tempo pós-nacional contribuiu para a complacência recente das elites nacionais. Isto é, os sucessivos governantes foram-nos dizendo que nada havia a fazer por cá na medida em que a lógica global ditava regras incontornáveis no sentido do avanço liberal. Mas a questão não se coloca em termos de saber se o mundo é hoje mais nacional ou mais pós-nacional; vivemos seguramente tempos simultaneamente nacionais e pós-nacionais. A ideia de que vivemos um tempo pós-nacional, que o João rejeita para abraçar a relíquia estado-nação legada pela Revolução Francesa, pode não contribuir apenas para isso. Pode bem contribuir para uma estratégia de cariz internacionalista sem intermediação nacional. Nós precisamos de caminhar para uma greve geral supranacional, coisa para que a Revolução Francesa (quanto muito, a Russa...) não é assim tão relevante.

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