14/09/12

"A Inocência dos Muçulmanos"

Por muito grotesco, grosseiro e absurdo que seja o vídeo A Inocência dos Muçulmanos, convém dizer que nada disso deve impedir qualquer democrata de, antes do mais e até ao fim, denunciar e combater a censura da blasfémia e os que exigem a sua criminalização nos seus próprios países e apostam na sua imposição violenta a todos os outros. Ou haverá quem ache que o anti-americanismo faz da censura teocrática e da criminalização da blasfémia instrumentos de libertação dos povos e elementos de uma legítima concepção anti-imperialista?

3 comentários:

Libertário disse...

É verdade. Só nos faltava que depois de lutar contra o fundamentalismo cristão, contra o dogmatismo da Igreja e pelo livre pensamento no Ocidente tivéssemos agora de aguentar a fúria do fundamentalismo islâmico...
Há motivos bem mais sérios para criticar, e combater, o poder imperial norte-americano. Uns quantos «esquerdistas» que se alegram com as multidões de fanáticos religiosos só mostram que ou são cretinos ou estão cegos pelo oportunismo táctico achando que os inimigos dos nossos inimigos nossos amigos são.

Anónimo disse...

A convivência entre a falta de liberdade das teocracias sanguinárias do oriente e a liberdade de expressão proporcionada pelas democracias ocidentais ainda vai gerar muita confusão.

Anónimo disse...

eu acho que até tem algumas semelhanças com o caso pussy riot. perdoem-me se estiver a constatar o óbvio. embora claramente na russia a dimensão religiosa fosse apenas cenário para o que se queria dizer, enquanto que aqui é o cerne da questão.
e permito-me arriscar que o realizador conseguiu atingir os seus objectivos plenamente: mostrar um mundo muçulmano selvagem, perigoso, com uma intolerância religiosa que representa um terrível ameaça á liberdade de expressão que aprendemos e bem a associar á ideia de democracia.
infelizmente, parece-me que as intenções por detrás do filme não são propriamente a reforma dessa sociedade muçulmana...