11/01/15

"Vomitamos em cima de toda essa gente que, de súbito, se diz nossa amiga"…


…diz o cartoonista holandês Willem — nome de guerra de Bernard Holtrop  —  do Charlie Hebdo, reagindo ao apoio à manifestação dos Je suis Charlie por parte de Geert Wilders, chefe de fila da extrema-direita holandesa. 

"Em Les Inrocks, o cartoonista Luz, que sobreviveu ao ataque de 7 de Janeiro, considera, pelo seu lado" — segundo o jornal Le Monde  — que 'a carga simbólica actual é tudo aquilo contra que Charlie sempre trabalhou'. E acrescenta: 'É formidável que as pessoas nos apoiem, mas trata-se de um contra-senso se pensarmos no que são os desenhos de Charlie (…) Este unanimismo é útil a Hollande para restabelecer a unidade da nação. É útil a Marine Le Pen para reclamar a pena de morte.  Falam-nos da memória de Charb, Tignous, Cabu, Honoré, Wolinski, mas eles teriam coberto de merda uma de atitude semelhante'".

Com efeito, é difícil imaginar caso mais flagrante de usurpação de identidade ou de falsificação oficial da história. A manobra dos governantes, embaixadores e várias outras autoridades para-estatais que hoje desfilaram em Paris só tem paralelo na usurpação de identidade da qual, também post mortem, foram alvo, por parte dos antidemocratas "progressistas", os autores dos atentados de Paris — conforme ontem tive ocasião de aqui explicar como e porquê.

0 comentários: