António Costa anunciou que tem uma unidade de missão que estudará uma forma de libertar o sistema financeiro do crédito mal parado. Dito assim, pouco se fica a saber sobre os reais objectivos dessa unidade de missão. No entanto, o actual Presidente da República, que fala quase todos os dias sobre todas as coisas, já veio aplaudir a "iniciativa". Fazendo suas as palavras de António Costa não poupou elogios ao veículo.
O crédito malparado são, na realidade, vários créditos malparados. Não há um só, nem nos parece que existam motivos para pensar que António Costa estava a falar de todos eles.
Há crédito malparado - injustamente assim chamado - que resulta de grandes vigarices -é esse o termo, não é? - que contaram com a colaboração dos banqueiros e de parte do poder político. Dinheiro que nunca se destinou à economia, mas tão somente à especulação desenfreada. Idealizar um mecanismo que permita "apagar" os biliões que essa gente desviou para negociatas de fachada, com créditos concedidos ao País ou com dinheiro dos contribuintes, deve ser o caminho mais curto para António Costa se despedir do seu Governo. Não vejo que PCP e BE possam apoiar um tal devaneio.
Fonte: BP/2015
Há um outro crédito malparado que resulta da concessão do crédito à habitação. Como se verifica na imagem acima essa concessão de crédito subiu exponencialmente. Assim sendo seria natural que existisse uma percentagem de crédito malparado, tanto mais que nós somos um país de proprietários[hipotecados] com um muito baixo rendimento per cápita. O mal parado, neste particular, tem crescido paulatinamente com uma aceleração por força da austeridade. Milhares de famílias ficaram por essa altura sem as poupanças e sem as casas. É uma situação que se mantêm num nível preocupante. Por força desse incumprimento muita gente foi cruelmente despejada perdendo todas as poupanças que tinha canalizado para o pagamento da habitação.
Fonte: APB/2015
Aqui há muito a fazer, embora tenha sido este Governo o primeiro a introduzir um resquício de moralidade na relação entre o fisco e os cidadãos devedores que viam as suas casas penhoradas. Mas falta fazer quase tudo na relação com a Banca. Não é necessário muito dinheiro, basta saber aquilo que deve ser feito. Julgo que António Costa não terá dificuldades em encontrar parceiros para essas alterações entre os parceiros que suportam o seu Governo.
11/04/16
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentários:
UMA ACTIVIDADE ECONÓMICA DE ALTO RISCO para os contribuintes: a actividade bancária (ex: bpn, bes, novo banco, banif,...).
.
Sendo a actividade bancária uma actividade económica de alto risco para os contribuintes, o Regulador (Banco de Portugal) deverá ser obrigado a apresentar periodicamente um relatório detalhado aos contribuintes.
.
Uma opinião um tanto ou quanto semelhante à minha:
Banalidades - jornal Correio da Manhã (antes da privatização da transportadora aérea):
- o presidente da TAP disse: "caímos numa situação que é o acompanhar do dia a dia da operação e reportar qualquer coisinha que aconteça".
- comentário do Banalidades: "é pena que, por exemplo, não tenha acontecido o mesmo no BES".
.
.
.
P.S.
Mais, ver:
http://fimcidadaniainfantil.blogspot.pt/
http://concorrenciaaserio.blogspot.pt/
Enviar um comentário