22/04/11

As avestruzes explicam-se

Francisco Louçã assume o salto no abismo e desata a interpretar os sonhos do pessoal de esquerda que dele discordou: «vão depressa ter com o FMI e negociar com eles o pacote da intervenção externa. Representem-nos, dizem os mais aterrorizados, sejam amigos uns dos outros». Engano (para não lhe chamar outra coisa); podemos – diria até que queremos – ser representados por quem não deseje ser amigo do FMI. Queremos que a tal «mais alguma coisa» que ele próprio imagina brevemente acrescentada ao PEC4 seja mínima; queremos que eles percebam que a rua também poderá ter voz nessas negociações. Queremos que os portugueses tenham mais hipóteses de saber que há alternativas. Os adversários enfrentam-se, não se evitam por medo de acusações de colaboracionismo ou por outros cálculos rasteiros. A capitulação começa muitas vezes por se virar costas ao inimigo.

1 comentários:

josé manuel faria disse...

" A capitulação começa muitas vezes por se virar costas ao inimigo."
A direcção do BE anda a errar bastante porque tenta imitar o PCP e, normalmente a cópia é sempre pior que o original.