19/06/11

Uma estalinada de Francisco Louçã, uma nota de Rui Tavares e o processo de degenerescência em curso no BE

Uma eloquente Nota que o Rui Tavares acaba de publicar documenta um processo de degenerescência avançado no interior do BE e a deriva estalinista de certa "esquerda da esquerda", que, seguindo o exemplo de ruidosos elementos de certas franjas do trotskismo lusitano — estilo Renato Teixeira/Raquel Varela, etc. — Francisco Louçã parece agora apostado em protagonizar. Ler na íntegra a Nota do Rui Tavares clicando aqui. Se é esta a alternativa à via "governamental" do Daniel Oliveira e outros, e se são estes os métodos políticos da "esquerda" do BE, estamos conversados.

25 comentários:

Anónimo disse...

Esta atitude de Louçã - aliás comum a alguns bloquistas - é bastante elucidativa. A mim não me espanta, venho prestando atenção aos comportamentos pessoais de vários membrose este é um mais, na mesma senda: garotadas! Aliás, a solução de Louçã para criticar o R.Tavares é mesmo de adolescente!

josé manuel faria disse...

Louça deveria ter confirmado com o Rui Tavares se ele era realmente a fonte e, mesmo que fosse não o diria.

- fonte é fonte!

Zé Neves disse...

O comentário do Louçã é de facto lamentável. E o debate político tão longe que anda de tudo isto.

Miguel Lopes disse...

"Explicou depois o jornalista que tinha sido levado ao engano por uma informação de uma conversa com o Rui Tavares." Nota de Francisco Louçã

LAM disse...

Gostava de ter acesso na integra à nota emitida pelo Louçã (n uso o FB).

à partida, e pela leitura da nota de Rui Tavares e no que é atribuído a FL, creio que se está a tomar a "tinha sido levado ao engano por uma informação de uma conversa com o Rui Tavares”, como uma acusação direta a Rui Tavares, quando isso poderia ter acontecido por algum mal entendido numa conversa.

O mesmo relativo à "coincidência" a que se refere Louçã, não havendo nada (nas partes citadas, repito) que apontem Tavares como o sujeito dessas "coincidências".

Zé Neves disse...

LAM,
de acordo, mas era desnecessário Louçã referir o nome do Rui Tavares.
cumps

Clandestino disse...

Eis a nota:

"Um jornal (o "i") enganou-se e escreveu, com ligeireza, que os quatro fundadores do Bloco foram o Luis Fazenda, o Miguel Portas, este que assina e o Daniel Oliveira. O Fernando Rosas desaparecia da história. Explicou depois o jornalista que tinha sido levado ao engano por uma informação de uma conversa com o Rui Tavares.

Escreve hoje outro jornal (o "Sol") a mesma coisa. Estou por isso curioso acerca da coincidência de dois enganos tão estranhos.

A história, aliás, é bem conhecida. O Luis Fazenda contactou-me em 1999 e apresentou a ideia da formação de um novo partido. Eu contactei para o efeito o Fernando Rosas e o Miguel. Entre os quatro fizemos cuidadoso trabalho de casa para ver se era possível. E depois decidimos avançar e começamos a reunir com outras pessoas sobre a ideia (incluindo o Daniel). Por isso, é simplesmente uma falsificação a tentativa de retirar o Fernando desta história e de a refazer com novos protagonistas."

Foi a observação do LAM que me fez ir procurá-la. Já tinha lido o post e ficado chateado com a deriva de Louçã, sem me ter preocupado em ler a coisa no Facebook. Concordo com o LAM: pelo menos, o benefício da dúvida - legítimo, parece-me.

LAM disse...

Miguel Madeira, obrigado.

Zé Neves, admito que sim. Aliás o recurso ao FB para tratar ou "esclarecer" determinados assuntos, não me parece uma boa prática e, talvez pelo imediatismo com que as coisas são tratadas, presta-se a alguns equívocos.

LAM disse...

Obrigado também, Clandestino.

Anónimo disse...

"O comentário do Louçã é de facto lamentável. E o debate político tão longe que anda de tudo isto."Zé Neves.
Certo, mas ninguém questiona o porquê dos jornalistas não terem feito uma pequena pesquisa ácerca da origem do BE?

Zé Neves disse...

anónimo, tem razão. acho que já desistimos de questionar os jornalistas.

Miguel Lopes disse...

Eis a "confusão":

"Explicou depois o jornalista que tinha sido levado ao engano por uma informação de uma conversa com o Rui Tavares." Nota de Francisco Louçã

«Francisco Louçã escreve que o jornalista do primeiro artigo “tinha sido levado ao engano por uma informação de uma conversa com o Rui Tavares"» Nota de Rui Tavares

A afirmação de Rui Tavares, e tudo o que ela desenrola, é falsa.
Louçã faz uma remição para afirmações do jornalista, e não dele próprio, ao contrário do que a citação truncada dá entender.

Questão diferente é se Louçã poderia ou não ter omitido as explicações do jornalista se elas não fossem públicas, uma vez que destratam o Rui Tavares.

Creio que aqui não há coincidências nenhumas: nem os dois erros simultâneos (evitáveis com uma simples pesquisa no google), nem a não omissão do Rui Tavares das explicações do jornalista.

Anónimo disse...

Nao seria importante ver o Rui Tavares a comentar este post? E a dar mais esclarecimentos sobre o funcionamento interno do BE? O " bolchevismo " mitigado/desmaiado do Bloco acabou por implodir? O " centralismo democrático " estilizado foi chao que deu uvas...Em França, o NPA( ex-LCR) de Besancenot/Krivine atravessa uma crise sem precedentes. Mas eles tentam resolvê-la democráticamente: as duas principais tendências- UNIR e A Faúlha -querem abertura e, no caso da primeira, mais abrangente, batem-se pela futura construçao de um partido democrático de massas... Há hipótese, claro, com os Verdes e certas forças da Frente de Esquerda do Mélenchon e do minúsculo PCF...De fora, tem-se a sensaçao de que a " nomenclatura " bloquista vive alheada dos militantes e " barricou-se ", é o termo, em jogadas de perverso oportunismo de bastidores. O debate de ideias é, por consequência inescapável, quase nulo e pouco aberto e estimulante...Niet

Isabel Faria disse...

Como não me passa pela cabeça que alguma vez tenha passado pela cabeça de Francisco Louçã que Rui Tavares tivesse transmitido a qualquer jornalista uma história do BE que não fosse a história do BE, isto serve para quê? Não eram as causas da da derrota eleitoral do BE e da Esquerda que era suposto estarem a ser discutidas?

LAM disse...

Isabel Faria,
E estão a ser discutidas. Talvez não da melhor maneira, mas estão.
O que de principal releva desta troca de "notas" (sendo que a de rui Tavares me parece, porque mais objetivada, mais acintosa que a de Louçã), é que, ao contrário do que querem que se leia do "pacifismo" em que tem decorrido o debate interno (?), há muita pedra no sapato.
...e ainda está a começar...

Manuel Galvão disse...

do que li sobre este assunto parece-me haver antecedentes que, associados ao nervosismo que impera hoje dento do BE, tenham feito o FL meter-a-pata-na-poça. Foi o que ele fez!

Miguel Serras Pereira disse...

Caros,

1.é preciso ter presente o que o RT diz na nota: 'Adicionalmente, lamento a aparente leviandade com que Francisco Louçã extrapola em público sobre a sua curiosidade “acerca da coincidência de dois enganos tão estranhos”, ligando-a um deputado eleito em listas do seu partido, sem ter feito o mais fácil que seria telefonar a esse deputado para procurar satisfazer essa curiosidade'.

2. A manobra de FL vem a seguir ao "Mas quem é o Daniel Oliveira?" do LF, sobre a qual o Zé Neves já escreveu o que há a dizer. E adopta - com mais jesuítismo - a mesma lógica e a mesma inaceitável "metodologia" de luta política.

3. Esclarecimento: pessoalmente, estou muito longe de subscrever a alternativa à linha ou síntese de linhas que hoje é hegemónica no BE proposta pelo DO. Neste mesmo post, incluo um link para um post recente em que a critico e recuso os seus pressupostos "representativos". O problema é que não vale tudo - ao contrário do que escrevem um Renato Teixeira e outros espíritos ultra-rubros e ao contrário também do que não escrevem, mas começam, na esteira dos primeiros, a praticar descaradamente LF e FL.

4. Uma organização de militantes apostada na democratização radical das relações de poder existentes e da sua divisão hierárquica e classista do trabalho polítco só é crível na medida em que saiba democratizar, para começar, a sua própria casa e o seu regime interno de funcionamento. Daí, a importância política deste episódio, apesar de, com ele, como diz bem o Zé Neves, estarmos a léguas de um debate político sobre as condições de uma acção política alternativa.

Saudações democráticas a todos

msp

Mea Culpa Mea Maxima Culpa Miserere Dominus Meo disse...

é apenas uma fase

há muitos gatos a tentar chegar ao telhado e naturalmente

a propaganda e a contra prop vão empolar pequenos incidentes

como em qualquer outro partido, empresa, escola, tertúlia de café

é um phenomeno humano

ó Mano Sempre Puro

Louçã Lava Mais Branco

Mea Culpa Mea Maxima Culpa Miserere Dominus Meo disse...

essa da democratização radical das relações de phoder

chama-se anarkia

e geralmente dá mais chapada

que a autokracia

é só ver os aqueles gajos que se estão a ver gregos

Anónimo disse...

Haverá alguma caixa de texto, post, notícia, sobre o BE que não tenha um comentário da Isabel Faria?

Segura os cavalos mulher...

Mea Culpa Mea Maxima Culpa Miserere Dominus Meo disse...

e porque não haveria a dita cuja de comentar

já que é algo que lhe diz alguma coisa

presuponho que também seja o seu caso...

ó nónimo militante

Anónimo disse...

Haverá algum comentário da Isabel Faria que não tenha um anónimo a dizer-lhe para se calar?

Anónimo disse...

Sinceramente não cheguei a perceber o que é que o preocupa, se a troca de opiniões entre homens livres no seio de um partido democrático se a falta de centralismo democrático no BE. Em qualquer caso, ainda bem que há divergências e elas se podem exprimir neste quadrante político. O mesmo não acontece em alguns partidos. Você sabe do que estou a falar não sabe?

Isabel Faria disse...

Anónimo, há uns anos tinha um Blog e uma visita constante. Assinava Margarida, dizia que era do PCP, pasasva a vida a difamar, perseguir, achincalhar, deturpar o que se escrevia, em todos os Blogs de gente ligada ao Bloco. Horas a fio. Dias a fio.

Um dia, depois de muito pensar, chegámos à conclusão que a Margarida se assumia do PC nos Blogs ligados ao Bloco com duas funções: difamar os militantes do BE e, ao mesmo, tempo dar uma ideia do PCP a todos os titulos lamentável. Chocante de sectária e de canalha.

Concluimos, pois, que muito possivelmente não passava de uma reles infiltrada, com o objectivo de atacar tudo o que lhe cheirasse a esquerda. Duma forma perversa. Própria de gente dessa laia.

Porquê a História, quando bastaria mandar-te dar banho ao cão??

Porque, teimosamente, ainda quero acreditar que gentalha desta não existe no BE.

Resumindo, teimosamente, quero continuar a acreditar no Pai Natal!

Isabel Faria disse...

Aos companheiros do Vias, as minhas desculpas por ter trazido um dos meus Zés dos Bigodes ( que quero acreditar ficticios )de estimação, atás de mim...