O Dia do Trabalhador é celebrado pela primeira vez no Porto em 1890, apenas quatro anos após uma greve e um tumulto em Chicago, de que resultou a condenação à forca de sete anarquistas. No Monte Aventino, em Campanhã, juntaram-se anarquistas e socialistas, numa fase em que as diferenças ideológicas eram já decisivas. Este é o mote para um roteiro por locais e por memórias do Porto, muitos dos quais desaparecidos, e ligados aos movimentos operários e anarquistas. Encontram-se prédios vazios ou em obras, casas onde se construíram jornais e sindicatos, e salões onde se fizeram comícios. Em grande parte, não há nada nestes espaços que mostre o que neles se viveu, mas o movimento foi sobrevivendo, e agora encontram-se livrarias e grupos de militância que lutam por mantê-lo vivo, de uma ou de outra forma. A cidade mudou, e o movimento com ela.
por Zita Bacelar Moura (jornal Público, 1 de Maio de 2016)
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