Não conheço a proposta do BE relativa à introdução de algumas limitações ao alojamento temporário, no entanto aplaudo a iniciativa dos bloquistas. Estão mais do que identificados os problemas que esta forma de alojamento, potenciado pelas plataformas online, provoca nas cidades (aqui e aqui). Discutir esses problemas e propor soluções é vital para impedir a progressiva gentrificação de partes importantes da cidade e a cada vez mais acentuada segregação espacial de lisboetas ou portugueses de rendimento médio ou baixo. O que faz muito pouco sentido é o tipo de argumentação do vereador socialista da autarquia, Duarte Cordeiro. O alojamento local pode ser um factor de reabilitação urbana, mas Duarte Cordeiro saberá que a reabilitação urbana não é boa por si só. Afinal reabilitamos para quem, a que custos e para que usos? Esta é uma questão prévia e admitindo que, por distracção, ninguém a colocou, estamos sempre a tempo de corrigir o erro. Reabilitamos à custa de expulsarmos ainda mais lisboetas para as periferias, à custa de "libertarmos bairros inteiros" dos seus moradores, à custa de impormos a oferta de alojamento turístico sacrificando o alojamento permanente? Onde é que entra o alojamento acessível neste processo? Será que a actual dinâmica é defensável, ainda que por detrás da decisão de nada fazer, possam estar manifestações de "economia partilhada", como lhes chama o vereador?
Adenda: São cada vez mais as cidades que se vêm obrigadas a tomar medidas de controlo dos efeitos da massificação do turismo. Agora foi a vez de Reiquiavique reagir à subida dos preços das casas no centro da cidade.
31/05/16
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