É possível achar simultaneamente que:
a) Evo Morales violou a constituição (recandidatando-se) e tentou uma fraude eleitoral
b) o que aconteceu ontem ao fim do dia na Bolívia foi um golpe de Estado
11/11/19
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3 comentários:
Sobre a fraude eleitoral, supostamente era expectável que no início
das contagens morales perdesse e mais adiante na contagem ganhasse. Porque primeiro são contados os votos urbanos e depois os rurais. Não sei se isto é informação boa, é o que tenho encontrado em defesa das eleições válidas. Sobre o processo da recandidatura há algum link que faça um resumo do que se passou? Independentemente do que se passou parece-me lógico que uma formação socialista deveria ter tido ao menos a cara renovada com o passar dos anos (podiam até manter o Garcia Linera que será quem toma a maior parte das decisões)
O que torna mais suspeito é a inversão ter ocorrido após "problemas técnicos" terem interrompido a contagem durante um dia; e de qualquer maneira, quando a polémica surgiu ele aceitou a auditoria da Organização de Estados Americanos (a oposição não aceitou a auditoria...), e esta acabou por concluir que tinha havido muitas irregularidades.
Quanto à recandidatura - a constituição boliviana só permite dois mandatos consecutivos (Morales já estava no terceiro, com o argumento que o mandato anterior à nova constituição não contava); em 2016 foi apresentada a referendo uma proposta de remover os limites à reeleição, tendo sido rejeitada; no entanto, em 2017, o tribunal constitucional bolivano deliberou que a proibição de recandidatura violava os direitos humanos, já que discriminava contra Morales face aos outros possíveis candidatos, ou coisa parecida
Olá Miguel. Sobre as eleições encontrei estes links no jacobin onde se alega que não há razões para crer em fraude na eleição. http://cepr.net/press-center/press-releases/no-evidence-that-bolivian-election-results-were-affected-by-irregularities-or-fraud-statistical-analysis-shows
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