Como é que pode um País aceitar esta ingerência da Comissão Europeia? " Discordo profundamente da Comissão", disse o ministro das Finanças Irlandês. Um atentado contra a independência nacional, acha ele. Bravos irlandeses que não se vergam. Trata de meter a União Europeia em Tribunal. Receber treze mil milhões de euros de impostos dos nossos amigos da Apple, isso lembra a alguém? Ao Governo da Irlanda não lembra, nem querem ouvir falar disso. Treze mil milhões de euros é o orçamento anual do sistema de saúde irlandês, vejam lá o exagero desta cobrança de impostos. Isto não se faz, acham eles. Andou este povo a reformar o Estado Social durante uma década, e agora, sem mais nem menos, tomem lá 13 mil milhões de euros. E isto pode não ficar por aqui.
Adenda: A declaração de Stiglitz coloca o dedo na ferida da politica americana que aceita de bom grado a fraude fiscal levada a cabo pelas grandes multinacionais.
3 comentários:
Pois é, caríssimo, resta esperar ver em que termos aplaudirá o exemplo irlandês essa local esquerda da esquerda, para a qual a urgência é não democratizar e integrar política, orçamental e fiscalmente a União Europeia, mas desobedecer à Europa, porque entende que a região portuguesa não é nem pode ou deve ser parte dela entre iguais, e dá prioridade à recuperação da soberania nacional sobre a federação das lutas pela democracia.
Um abraço
miguel(sp)
Estava exactamente a pensar nisso quando escrevi este pequeno post, meu caro Miguel.
Atrevo-me a deixar aqui uma proposta aos apoiantes parlamentares do actual Governo. Apresentem queixa na Comissão Europeia contra o Estado Holandês, por alojar fiscalmente empresas portuguesas, como a detentora do Pingo Doce ou a Sonae. Talvez a Comissão Europeia venha a considerar ajudas de Estado o regime fiscal holandês, que permite por exemplo à Jerónimo Martins afirmar com todo o prazer,"sabe bem pagar tão pouco"
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