O grupo parlamentar do Futebol Clube do Porto reuniu-se ontem na sede da Assembleia da República. A comunicação social salientou uma qualquer declaração sobre futuros treinadores da equipa, esquecendo-se de realçar a verdadeira notícia: o facto de uma sessão como aquela ter acontecido. Parece que o jantar já é «tradição» e até houve anos em que a coisa foi tão ou mais condenável. Mas é no mínimo degradante ver a forma como deputados de vários partidos apaparicam o «Presidente», prescrutando com um olhar doce a mente obstinada do homem. Apenas o Bloco de Esquerda faltou, julgo que por sentido de decência e não tanto pela ausência de deputados portistas nas suas hostes. Só lhe ficou bem. É que não se trata (só) de manter uma distância higiénica de corrupções, compras de árbitros ou «fruta» descascada. Neste caso como em tantos outros, e por mais dúvidas que possam existir, «o juíz decidiu, está decidido». O que arrepia mesmo é o modo como ali os poderes se entrelaçam em proveito mútuo, numa estratégia de legitimação em que ambos se escondem atrás do espelho que os unifica. Eu dou, tu dás, ele vê. Vale tudo?
28/05/10
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1 comentários:
Muitos parabéns pelo seu "post"!
Ainda hoje dei comigo a pensar, no trânsito, que apesar do elevado grau de separação entre a Igreja e o Estado português, a visita do Papa suscitou tanta reacção, tão veemente, na Esquerda, contrastando com a tolerância ou, pelo menos, passividade da mesma Esquerda perante a óbvia promiscuidade entre o Estado português e o futebol.
Subscrevo sem reservas o seu "post"!
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