Ou, num outro registo, com outro protagonista:
«Hoje a questão da soberania e da independência nacional está de novo colocada. Não temos ilusões, PS e PSD desistiram de Portugal. Nós, tal como ao longo da nossa história, desde a revolução de 1383, com as invasões de Castela, perante o ultimato inglês, quando do Rei fugiu para o Brasil e deixou o povo no cais, foi o povo que, mais tarde ou mais cedo, recuperou essa soberania, essa independência nacional»
10 comentários:
Não é mentira nenhuma.
Joana Lopes,
Você, neste momento de luta, só se vai preocupar com o acessório.
Por outro lado, o que o Jerónimo de Sousa fala é de toda a pertinência. Repare, a economia financeira hoje tem sido largamente dominada pelos fundos de investimentos internacionais. Ao mesmo tempo, o que o PEC preconiza é colocar os trabalhadores e o povo a pagar uma crise que foi o grande capital (nacional e estrangeiro) a determinar. Ora, é daqui que o que a UE quer que os trabalhadores portugueses (gregos, espanhóis, etc.) paguem volte aos tipos que estão a dar cabo disto tudo: precisamente, o grande capital internacional. É nesse sentido que o Jerónimo de Sousa correctamente critica a direita de desistir de Portugal, pois esta, como sempre, coloca em primeiro lugar a satisfação dos interesses do grande capital nacional e estrangeiro em claro e óbvio detrimento das condições de vida e de trabalho da esmagadora maioria dos portugueses, isto é, os trabalhadores.
João Valente de Aguiar,
Primeiro, o acessório também faz parte da vida.
Segundo, está a pôr na boca de JS o que ele infelizmente não diz. As afirmações que ele faz são populistas, anti-europeístas e de um nacionalismo bacoco a que já nos habituou. Não mais do que isso.
Registo - comovido, fascinado e deslumbrado - que, para alguns «bloggers», como disse uma vez António de Oliveira Salazar a respeito de outra coisa, « ESTÁ TUDO BEM ASSIM E NÃO PODIA SER DE OUTRA MANEIRA».
Vítor Dias,
Importa-se de se explicar?
Ironicamente, a citação de Salazar poderia talvez aplicar-se ao imobilismo do seu partido.
Joana,
Não vejo em que as afirmações do Jerónimo sejam populistas, sinceramente. Eu não concordo com elas. Mas nada mais do que isso. Outra coisa: para o Jerónimo 1143 não é a mesma coisa que 1383.
abç
Zé,
Opiniões diferentes e subtilezas: não conheço suficientemente o JS para saber o que significam para ele as diferentes datas, só isso. Leio apenas o que ele escreve.
Joana, não lês apenas o que ele escreve, permite-me discordar. comparas o nacionalismo do Nobre com o do Jerónimo e eu, que não recuso completamente essa comparação, porém estabeleço uma diferença que é tão importante como a parecença que permite a comparação: um fala de 1143 e outro de 1383, nesta data contendu-se uma ideia de classe e nação. O Jerónimo não fala de 1143 e até parece indicar que a histo´ria de Portugal, para ele, só começou em 1383.
abç
Zé,
De 1143, só falei eu, num título irónico. O «recomeçar» Portugal de FN não estava datado, embora se possa subentender que pudesse estar.
Mas concedo totalmente que tenhas razão na interpretação que fazes das escolhas de JS.
Belo post, camarada Joana.
Abrç
miguel
Caro Zé,
o teu rigor historiográfico parece-me aqui um pouco deslocado: embora o post da Joana pudesse ter-se chamado "Regressemos então a 1383", o certo é que um discurso de intervenção, no contexto do do JS, teria o mesmo efeito político. O que passa da mensagem - e o que se quer fazer passar - é o seu conteúdo nacionalista, e tu sabes isso até melhor do que eu: independência nacional, defesa da produção nacional, da soberania nacional, dos interesses nacionais. O post da Joana é certeiro. O mais que se pode dizer é que a denúncia da derrapagem fatal que consiste em "nacionalizar" o protesto e a revolta poderia tomar por objecto também outras forças ou movimentos políticos.
Abraço internacionalista
miguel sp
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