O brilhante post A Esquerda Agradece, que a Joana aqui - mas também no Brumas - acaba de publicar, acerta em cheio no alvo. No entanto, as obstinadas indefinições do próprio Manuel Alegre parecem dotadas de um tal poder de contágio, que bem poderíamos dizer, louçanizando um pouco, que são como uma espécie de Maldição de Midas (cf. F. Louçã, A Maldição de Midas. A cultura do capitalismo tardio, Lisboa, Cotovia, 1994 ), capaz de transformar em indefinição solidária do seu estilo tudo o que tocam - ainda que das intenções se trate de quem pretenda torná-la menos rígida, aliviando o candidato das talvez excessivas dilacerações, heroicamente sofridas embora, que esse estilo lhe acarreta, bem como ao núcleo duro dos seus granadeiros. O resultado da decidida intervenção do líder do BE nos minutos seguintes ao anúncio por MA da sua disponibilidade para se candidatar foi, por si só, um sintoma claro de que o poder de contágio referido está longe de atingir apenas as áreas de influência do PS.
Tal é, pois, o motivo que me leva agora a submeter à consideração da assembleia outra variação possível a partir do texto do DN e da sua exemplar desconstrução pela Joana:
Alegre vai apoiar oficialmente a direcção do PS, mas apenas em dose mínima garantida. Ninguém espera um envolvimento directo do aparelho central da candidatura alegrista no governo, nomeadamente em aspectos logísticos e/ou organizativos. Sócrates, pelo seu lado, deverá invocar a necessidade de o apoio do candidato-poeta ao PS não afectar a cooperação institucional entre o Governo e o PR.
22/05/10
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