A Utopia das Férias Desagradáveis

À boleia de Merkel, o Pedro Lains volta a lamentar o número excessivo de dias de férias a que os portugueses têm direito e, como prova de despojamento, lamenta o número excessivo de dias que lhe são concedidos. Conviria, porém, acrescentar a este conto um brevíssimo retrato do trabalho do Pedro Lains. Nomeadamente, vale a pena elencar dois ou três atributos relativos à sua actividade profissional: não tem patrão, não tem que picar o ponto, viaja em trabalho, gosta do que faz, faz coisas variadas. Isto é, o seu trabalho reúne muito daquilo que apreciamos no nosso tempo de férias. Um dia alguém falou destes trabalhos como sendo trabalhos agradáveis e pelos vistos o Pedro Lains resolver dar-lhe razão: há trabalhos tão agradáveis que fazem com que até os próprios trabalhadores desejem acabar com as férias.