26/05/11

O filósofo e o seu achómetro

Manuel Maria Carrilho ressurge de quando em vez, não vá alguém deixar de pensar nele como reserva deste excelente PS. No seu artigo desta semana vem assestar as alfinetadas da praxe (desde que foi evacuado de Paris, pelo menos) sobre o lombo do camarada Sócrates: da vergonha da Parque Escolar à derrota televisiva ante Passos Coelho.
De caminho, como é seu timbre, não evita o disparate fácil, a adesão ao modismo pandémico: dizer mal do Magalhães. E lá vem a arenga sobre «essa fantástica originalidade lusitana que é a de - ao contrário do que se passa, e é aconselhado, em todos os países da UE - se ter introduzido nas escolas portuguesas, aos 6 anos de idade, o maior bloqueador de aprendizagem que se podia introduzir - falo do Magalhães, claro, e das responsabilidades políticas que, sobre as suas terríveis consequências, vai ser preciso assumir no futuro.»
O computador supostamente made in Portugal vai dar cabo do nosso futuro, bloquear os nossos infantes, vai talvez mesmo apressar o fim do mundo dos Maias, já daqui a uns meses.
Para lá dos exemplos que tive em minha casa, continuo convencido de que há muito se tem por positivo o efeito do uso de computadores pelas crianças, mesmo as oriundas de meios mais carenciados. Aguardo elementos que me convençam de ter atrofiado a mente ao meu filho quando lá deixei entrar a socrática maquineta.

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