31/05/11

Um voto no PS não é útil, mas sim perigoso

Nesta altura, praticamente todas as sondagens sugerem que o PSD será o partido que angariará mais votos nas eleições legislativas de 5 de Junho. Mas também indicam que existe uma probabilidade elevada dos deputados que serão eleitos pelo PSD, em conjunto com os eleitos pelo CDS, não constituirem uma maioria (absoluta) na Assembleia da República, ou então que tal maioria assentará numa pequena diferença para o conjunto dos deputados de PS, BE e CDU. Em qualquer destes cenários, haverá uma enorme pressão por parte dos meios financeiros e de maior poder sócio-económico em apoio da inclusão do PS, já livre de Sócrates, no próximo governo. Ainda para mais, só o PS poderá permitir ao PSD modificar a Constituição Portuguesa de modo a conseguir atingir alguns dos seus objectivos, como a possibilidade de despedimento sem justa causa, o fim da gratuidade do sistema nacional de saúde, ou o desmantelamento do sistema público de educação. Sim, porque parece que toda a gente se esqueceu que a nova Assembleia da República mantém a capacidade da anterior para mudar a Constituição por maioria de 2/3 dos deputados, dado que nenhuma revisão foi publicada na última legislatura. A isto junta-se a vontade do aparelho do PS, e de todos os interesses que em volta dele têm gravitado, em não perder o acesso às benesses de que tem disfrutado durante a maior parte dos últimos 16 anos. Em resumo, um voto no PS é um voto que será usado para vender os últimos elementos de protecção social que constam da Constituição Portuguesa em troca da manutenção dos tachos que o PS tem distribuído pelos seus fiéis. Só o reforço do BE e CDU, em detrimento do PS, poderá levar a que este tenha um resultado eleitoral suficientemente mau para levar os seus dirigentes a pensar duas vezes antes de venderem os seus préstimos ao PSD.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caso alguém de «esquerda» - ou seja de uma certa tradição anti-capitalista nascida no século XIX -esteja a pensar votar no PS mais vale pedir o internamento no manicómio ou comprar uma corda.
As duas soluções serão certamente mais «uteis» que esse voto!

Anónimo disse...

A verdade é que o Passos Coelho esteve na nossa organização. Ia lá onde ia o C. de F. Com os nossos numeros de centúria e decúria.

Tinhamos tudo preparado para fazer o nosso 23F.

O outro é que lixou tudo.

Quando souberem que o vosso primeiro ministro fez parte dessa conspiração, então é que se vai ver. Mordam-se bem, esquerdistas. Desta vez lixamo-vos bem lixados. Um veterano do nosso campo politico vai ser o vosso primeiro ministro.