fico agora à espera que os mesmos comentem o facto de, numa manifestação oraganizada exclusivamente pela CGTP, o Bloco de Esquerda ter voltado na desfilar organizadamente com os seus militantes ou simpatizantes agregados em bloco ou sector da manifestação.Eu penso ser o único membro do blogue ligado ao Bloco de Esquerda (e estive lá). A esse respeito digo:
1 - As condições da participação do BE na manifestação de ontem foram combinadas com a CGTP
2 - Os aderentes do Bloco não usavam nenhuma marca que os identificasse como sendo do BE, tirando placards feitos a partir de cartazes onde não aparecia qualquer referência ao partido (ou seja, só quem andasse à procura do BE na manifestação é que "veria" lá o BE; para quem não fosse esse o caso, veria apenas uma carrada de gente com uns placards azuis); um pormenor - penso que uma corrente do BE desfilou agregada em subsector dentro do sector do partido, e antes da manifestação esses efectivamente distribuíram o jornal da corrente (ignoro se o fizeram durante a manifestação propriamente dita).
3 - Extracto do mail que o BE enviou ao seus aderentes convocando-os para a manifestação:"...Os camaradas que têm intervenção sindical são encorajados a participar nos respectivos desfiles sindicais. Os camaradas que são trabalhadores precários são encorajados a participar nas iniciativas que tomarem os movimentos de precários. Todos os activistas de movimentos sociais que se integrem nesta jornada de protesto são encorajados a mobilizar e animar a presença destes movimentos sociais...." Ou seja, só os "bloquistas" que não estivessem integrados em outras organizações promotoras da manifestação é que eram supostos participar no "cortejo" do BE (isto é, quem se manifestou integrado no sector do BE foi quem provavelmente não se teria ido manifestar se esse partido não tivesse organizado uma participação na manif).
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5 comentários:
Caro Miguel,
relativamente ao que coloca, permita-me um ou dois comentários:
1- Dizer que as gentes bloquistas nao eram identificaveis parece-me tapar o sol com a peneira. Grandes outdoors no marquês com o logo do BE associavam claramente o Bloco ao grupo dos cartazes azuis. Isso parece-me claro.
2- As palavras de ordem gritadas eram definidas e escolhidas pelo Bloco, tentando, assim o entendi eu, fazer a demarcaçao das palavras de ordem da Inter.
3- O bloco em bloco na manif, parece-me algo sectário, mas como stanilista empedernecido quem sou eu para atirar a 1ª pedra...
4- O Bloco faz a sua mobilizaçao e está no direito de fazê-la, estranha-me é que mesmo no que toca ao transprte tenha sentido necessidade de identificar os seus autocarros com o logo do Bloco (se quiser envio-lhe uma foto). Pessoalmente, acho que teria feito mais sentido integrar os esforços de mobilizaçao na logistica da CGTP, mas cada um faz o que quer...
5- e em termo de conclusao, nao posso de notar semelhanças entre a atitude demonstrada na manif de sabado e as atitudes que o PSR tinha nas manifestaçoes de estudantes nos anos 90 e que tantas criticas mereceram e que fez que em algumas manifs associaçoes academicas mais conservadoras se tivessem recusado a participar. Cada um sabe o contributo que dá para a luta e para o umbigo. Eu estou de consciencia tranquila...
melhores cumprimentos
rafael
Não, Miguel, não és o único. De resto, estou em condições de assinar por baixo tudo aquilo que dizes.
Simplesmente extraordinário! Ao fim de 11 anos de vida do Bloco, ficamos a saber que esta sua continuada prática de no 1º de Maio, no 25 de Abril e em manifestações da CGTP haver um segmento da manifestação que é o Bloco a desfilar em bloco afinal é apenas uma inventiva e inovadora forma de oferecer lugar para desfilar para os «que restam» e não têm sector para desfilar e, mais, que se não fosse isso provavelmente ficariam em casa.
Por amor de Deus, haja respeito pela inteligência dos outros e repare-se ao menos que a confissão de que foram retirados elementos partidários a elementos propagandisticos do Bloco é uma chocante confissão de gato escondido com o rabo de fora que não engana ninguém.
E depois esta ideia de que para se desfilar nestas manifestações tem de se ter um sector não cabe na cabeça de ningué. Eu que tenho partido,ao longo de mais de 30 anos sempre deambulei, sozinho,em casal ou com amigos ou com alguns camaradas livremente pelas manifestações ora indo com o Algarve, ora com a função pública, ora com os reformados etc, etc, ora pela berma da avenida e não me senti nada mal, nem estranho àquilo, nem marginal.
E, por fim, é por demais significativo que ninguém queira dar seriamente e com sinceridade a resposta à minha pergunta crucial :« se o PCP, por absurdo, apelasse também a (e trabalhasse para que) todos os seus militantes e simpatizantes desfilassem em bloco ou sector da manifestação, que imagem pública teria a manifestação e que prejuízos (de partidarização) isso não teria trazido aos objectivos e impacto daquela formidável jornada ?.
Eu percebo que alguns respondam : nenhum mal que o tivesse feito. Fingem não estar a ver que apesar da incomum dimensão da manifestação e da pluralidade da sua composição, os militantes e simpatizantes comunistas, se desfilassem agregados, seriam um sector com uma dimensão que facilmente se tornaria num facto noticioso dos mais relevantes para os media.
Não vejo qual é o problema de desfilar com insígnias partidárias, jornais de correntes de opinião ou outro material mais "político" que sindical.
Eu vi bandeiras do PCP, o grupo do Bloco vincado, o boletim anarco-sindicalista a ser distribuído, o jornal do Ruptura/FER a ser vendido...não vejo aí nada de grave. Alguém me quer explicar qual é o problema?
eduardo reis,
Mais feia é a partidarização camuflada. Mas que raio de fobia é essa? Não todos, e também os partidos, estar representados numa manifestação contra esta declaração de guerra do bloco central?
Cumprimentos
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