30/05/10

O Partido Tripeiro (em formação)

"Atendendo à situação do Norte, que tem regredido nos últimos dez anos, e à incapacidade dos partidos a nível distrital de estabelecer acordos, era imperioso criar uma força pragmática, sem limitações ideológicas, para a defesa dos interesses da região", explicou ao JN Pedro Baptista, militante do PS e um dos principais mentores do projecto, a par de João Anacoreta Correia, do CDS.

Aquilo que um transmontano-duriense como eu mais pode desconfiar é, sob a bandeira do Norte, assistir aos sinais do centralismo portuense a erguer-se. Como diz o cantor: “para melhor, está bem, está bem / para pior, já basta assim”. Não lhes bastou terem conseguido impor que ao vinho do Douro se chamasse vinho do Porto?

Foto: Os membros da “Confraria Gastronómica Tripas à Moda do Porto”

(publicado também aqui)

4 comentários:

eduardo reis disse...

Eu sei que este comentário não tem nada que ver com o post a que está associado.

Mas é que ontem não era dia para isso mas hoje já é.

Venho relembrar que neste blogue vários autores peroraram longamente sobre a instrumentalização pelo PCP da agenda e iniciativas da CGTP e lançaram arrebatados suspiros sobre a «independência» do movimento sindical.

Embora a condenável prática seja antiga, fico agora à espera que os mesmos comentem o facto de, numa manifestação oraganizada exclusivamente pela CGTP, o Bloco de Esquerda ter voltado na desfilar organizadamente com os seus militantes ou simpatizantes agregados em bloco ou sector da manifestação.

E sobretudo espero que alguém tenha a coragem de responder a uma pergunta muito simples : se o PCP, por absurdo, apelasse também a (e trabalhasse para que) todos os seus militantes e simpatizantes
desfilassem em bloco ou sector da manifestação, que imagem pública teria a manifestação e que prejuízos isso não teria trazido aos objectivos e impacto daquela formidável jornada ?.

Please, não desconversem nem assobiem para o lado.

Joana Lopes disse...

Podia ter posto este comentário no local correcto: o post imediatamente antes, onde eu afixei o cartaz «oficial» da convocatória da manifestação.

Pessoalmente, não prerorei aqui nem em parte alguma sobre instrumentalização da manifestação, mas é com muito gosto que lhe digo o seguinte: não sou militante do Bloco, mas, sim, juntei-me a ele, ontem, na manif. Sou reformada, não tenho sindicato, não gosto de desfilar sozinha e sou eleitora do Bloco.

À sua pergunta respondo o seguinte: acharia perfeitamente normal que o PCP tivesse feito o mesmo (sinceramente, até ler o seu comentário, nem sabia se o tinha feito ou não).

Como achei correctíssimo que tanto J. de Sousa como F. Louçã estivessem na frente da manifestação, como líderes dos dois partidos que a apoiaram.

Como vê, não desconversei nem assobiei para o lado, embora reconheça bem o estilo da sua prosa.

Eduardo Reis disse...

Senhora Joana Lopes:

Com todo o respeito, três observações apenas:

- uma é para registar que afirma que « acharia perfeitamente normal que o PCP tivesse feito o mesmo (sinceramente, até ler o seu comentário, nem sabia se o tinha feito ou não).». Esqueceu-se porém de responder à minha pergunta, ou seja que efeito de imagem isso teria e que prejuizos isso teria para o impacto da manifestação, dado que como não poderá duvidar
mesmo muma manifestão tão plural a presença de militantes e simpatizantes comunistas daria muito mais nas vistas pela dimensão que o sector agregado do Bloco ? E, por outro lado, não posso deixar de estranhar que trinta e tal anos depois, a senhora não saiba que, nunca por nunca, ser, nem em manifestçaões da CGTP , nem em manifestações unitárias convocadas também pelo PCP com outras entidades, jamais aconteceu os militantes do PCP terem desfilaram de forma partidariamente agregada.

- segunda é que posso estar equivocado mas assisti à passagem de cerca de metade da manifestação e não tenho ideia nenhuma de que Jerónimo de Sousa (que integrava UMA DELEGAÇÃO de cinco ou seis dirigentes do PCP) estivesse «na frente da manifestação».

- a terceira é que o meu comentário não é para si mas para aqueles outros que andaram aqui neste blogue (e não lhe será dificil revisitar os posts em que isso foi feito) a tocarem o fadinho da «instrumentalização» pelo PCP da agenda sindical.

Cumprimentos.

Joana Lopes disse...

«Senhora Joana Lopes» é tratamento típico de Call Center e eu tenho o maior respeito por quem é precário. Por isso aqui volto.

À sua pergunta «que efeito de imagem isso teria e que prejuízos isso teria para o impacto da manifestação», respondo com um adágio bem ao jeito do seu secretário geral: «Quem não deve, não teme».

E escusa de insistir, com nome próprio ou pseudónimos, porque fico por aqui.