É curioso que seja Pacheco Pereira, que , não raras vezes, terá levado água ao moinho "soberanista", a fornecer agora, nos termos que lhe são próprios e à luz das suas próprias preocupações, a seguinte descrição clara q.b. do processo em curso:
… É o caso da classificação das actuais conversações, pactos, entendimentos acordos, seja lá o que for e o que der, como sendo de "salvação nacional".
Este tipo de classificações são meta-políticas em democracia, prendem mais do que libertam, impedem a discussão, impõem caminhos únicos e estiolam o espaço público. O país pode de facto precisar de um acto de emergência, de uma aliança excepcional, de entendimentos sem precedentes, de uma diferente exigência temporal nos acordos entre partidos, mas não pode ser encerrado num acto de "salvação nacional" que, por assim se classificar, se coloca à margem do debate e do escrutínio democrático. Na realidade, o verdadeiro objectivo deste processo é minimizar o papel das eleições no processo democrático, colocando os portugueses e a soberania do voto popular sob a tutela de acordos que, ao usarem a grandiloquente expressão de "salvação nacional", diminuem a democracia. Na verdade, quem é que pode estar contra a "salvação nacional"?
1 comentários:
É caso para gritar: viva a "salvação nacional"! Todos pela "salvação nacional"!
Mas, perdoem que pergunte: quem salva a "salvação nacional"? O PS? E tem a "salvação nacional" salvação? Acho que não.
Aguardemos para ver se temos "salvação nacional", até final da semana.
Post scriptum - Que a "salvação nacional" cheira a União Nacional, lá isso cheira.
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