21/06/16

Um referendo que é um assunto de politica interna de todos os estados membros.

Dia 23 os ingleses vão decidir se continuam como membros da União Europeia ou se preferem continuar sozinhos.
Não adianta neste momento continuar a analisar as péssimas razões que levaram Cameron, esse rapaz sem estatura politica, a lançar esta insensata aventura. Nem discutir os efeitos nefastos que Cameron, mesmo que a permanência triunfe, já negociou com Bruxelas.
Neste último momento quero apenas salientar a posição do Labour neste processo e referir alguns aspectos. Em primeiro lugar, com os conservadores fortemente divididos, a vitória da permanência só será possível se o eleitorado do Labour votar massivamente pela permanência. Isso não é um dado adquirido, não por falta de clareza ou empenho do líder, Jeremy Corbyn, mas porque as politicas de austeridade - uma imagem associada a Bruxelas - agrediram em primeiro lugar as classes trabalhadoras, potenciando os mecanismos de promoção da desigualdade. O eleitorado tradicional do Labour é dos mais atingidos pelas politicas austeritárias. Por outro lado os discursos xenófobos e anti-refugiados, encontram um campo fértil para se expandir, nos sectores trabalhadores fustigados pelo desemprego, pela perda de poder de compra e pela cada vez mais dificil acessibilidade aos serviços, nomeadamente aos serviços de saúde ou à habitação.
Perante tudo isto Corbyn foi de uma clareza cristalina ao elencar as razões pelas quais os trabalhistas deveriam lutar pela permanência. A principal razão para defender a permanência foi a defesa da recuperação económica e a protecção dos direitos dos trabalhadores. Mais de 3 milhões de empregos na Inglaterra estão directamente relacionados com as exportações para a UE. A UE é um dos maiores investidores no Reino Unido, mais de 24 mil milhões de libras de investimento por ano. Com uma alteração radical desta situação Corbyn acha que os conservadores irão restringir dramaticamente os direitos dos trabalhadores. Mas além desta magna questão a possibilidade de mudar a Europa apenas é possível se todos os países contríbuirem para essa mudança necessária. Uma Europa dos cidadãos e não apenas uma Europa das empresas e dos mercados, só pode ser construída com a participação de todos. Como Corbyn referiu numa longa posição, tendo a propósito citado citado António Costa,

" (...) In the coming century, we face huge challenges, as a people, as a continent and as a global community.  How to deal with climate change. How to address the overweening power of global corporations and ensure they pay fair taxes. How to tackle cyber-crime and terrorism. How to ensure we trade fairly and protect jobs and pay in an era of globalisation. How to address the causes of the huge refugee movements across the world, and how we adapt to a world where people everywhere move more frequently to live, work and retire. All these issues are serious and pressing, and self-evidently require international co-operation. Collective international action through the European Union is clearly going to be vital to meeting these challenges. Britain will be stronger if we co-operate with our neighbours in facing them together.
Espero que os ingleses optem por permanecer na União Europeia e comecem a preparar a saída dos conservadores do (des)governo do país. Uma liderança como a de Corbyn, no governo de um pais como o reino-unido é fundamental para começar a reconstruir a ideia da europa dos cidadãos, da solidariedade e da cooperação. 

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