20/04/17

Não é fácil encontrar uma solução, diz ele.

Como pode António Costa dizer uma coisa destas? Há, está bem, o homem está preocupado com - deixa-me lá por entre aspas - "a sustentabilidade futura da Segurança Social", acrescentando magnânimo "nas actuais condições". Antes dele todos o disseram, de Sócrates, passando pela Troika, a Passos Coelho. Nada de novo na politica a leste do paraíso. 

Claro que nas condições actuais não há condições, passe o pleonasmo. Os recursos do país, as reformas dos pensionistas, os salários dos trabalhadores, estão todos mobilizados para esse grande objectivo nacional: pagar a falência dos bancos e perdoar centenas de milhões aos "Emídios Catuns" e aos "Filipes Vieiras" do regime. Isso sim, essa sustentabilidade está garantida, do mal o menos. Há que apoiar os investidores, resolver essa coisa chata do mal-parado. Deixar os investidores com a folha limpa. 

Acho que Jerónimo de Sousa tem razão. As pessoas com mais de 40 anos de descontos merecem reformas por inteiro, sem cortes de nenhuma espécie. Isso é o mínimo dos mínimos. Mas, dirá António Costa, não há condições. 

A sustentabilidade é uma converseta neoliberal para justificar o injustificável: vivemos  numa sociedade que se alimenta da desigualdade e da sua promoção. Desigualdade em que se pede aos mais pobres para financiarem a vida farta dos mais poderosos.  Tenham ou não condições.

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