A renegociação da dívida saltou de novo para o debate público. O pretexto é a proposta do Grupo de Trabalho da Dívida que inclui o BE e o PS, além do contributo de economistas independentes.
Estas propostas a serem aprovadas permitiriam libertar um conjunto de verbas muito significativo para relançar o investimento público e, digo eu, permitir ao Estado cumprir parte dos seus objectivos sociais, por exemplo, através de uma politica fiscal mais justa com maior efeito redistributivo.
O que mais me agrada - além do conteudo, dos seus efeitos na redução da dívida pública e no esforço exigido ao Estado em termos de serviço da dívida - é que a Proposta é feita pela cooperação entre o BE e o PS, dois partidos muitas vezes separados pelas questões europeias.
Digamos que este PS, capaz de subscrever esta proposta, é o menos neoliberal de que há memória, apesar do "seu" Governo querer, aparentemente, manter as "boas relações" com quem manda na Europa dos interesses financeiros, não se comprometendo com a Proposta.
Podemos também dizer que este BE que ajuda a encontrar soluções no quadro da actual União Europeia e do Euro, soluções que determinam a mudança nas orientações politicas dominantes, é o BE mais próximo daquela utopia original de um partido à esquerda do PS capaz de lutar pela mudança e por mais democracia, no quadro da União Europeia.
Por fim deixo um reparo para a declaração infeliz do Presidente da República sobre a questão da dívida. Marcelo relativiza "a coisa", apostando todos os seus trunfos no "crescimento". Talvez o Presidente possa recorrer a algum dos seus acessores para lhe ler, ou sintetizar, muitas das obras ques e escreveram nos últimos anos que mostram ser o crescimento da economia e a sua recuperação uma utopia no quadro politico-económico dominante. Com os actuais níveis de dívida pública e de desigualdade o crescimento nunca será mais do que famélico.
28/04/17
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