Hoje, o índice Dow Jones teve uma queda abrupta de 8%, recuperando logo a seguir, para fechar com uma perda de 3.2%. Numa questão de minutos a principal bolsa americana esteve à beira do abismo, talvez fruto dum simples erro dum operador. Ou talvez não. É que, pelo jeito, as imagens da revolta grega já estavam a instalar o medo na bolsa nova-iorquina... e têm razão para ter medo. É cada vez mais claro que a Grécia vai falir muito em breve, a não ser que o Banco Central Europeu (BCE) efectivamente compre a totalidade da dívida grega, pública e privada (através dos bancos), "emprestando" quantos euros forem necessários para pagar a quem exigir. Mas tal requer uma mudança drástica da política do BCE, apenas possível com o aval da Alemanha, que não parece estar para aí virada. A dúvida maior neste momento parece ser se a Grécia, após falir, abandona ou não o euro. Quem se seguirá? Portugal, Irlanda, Espanha, Itália?... Amanhã os protestos continuam na Grécia, e a Grã-Bretanha, com um défice público semelhante ao grego deve acordar com um governo minoritário, algo que os especuladores vão tomar como sinal de fraqueza. Amanhã vai ser um dia para seguir com particular atenção.
O tempo da acção é agora o elemento fulcral da construção do futuro. A hesitação apenas beneficia os mais poderosos, os especuladores, os que podem colocar o seu capital a salvo de processos de falência, de inflação induzida ou apropriação colectiva por intermédio de impostos especiais. Os bancos gregos já viram mais de 10% dos seus depósitos a serem transferidos para o estrangeiro. É preciso agir já, de modo decisivo: na mais que provável ausência da resposta necessária a nível europeu, cada país deve começar por introduzir restrições ao movimento de capitais. Engane-se quem pense que vem aí o PEC. Em breve estaremos em pleno PREC, à escala europeia.
07/05/10
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1 comentários:
Pedro Viana: Boa tarde ! A economia britânica tem os "fundamentais" em mais "são" estado do que os da França, segundo dados avançados pelos economistas " liberais " em serviço no F. Times, W.S. Journal e Forbes.Por outro lado, a falta de harmonia e estratégia unitária económico-fiscal da União Europeia tem razões políticas insofismáveis:o diktat da Alemanha, o país mais beneficiado e também o maior " pagador " do orçamento comunitário.
A lógica imposta e incontornável, é capitalista, portanto.De realçar, por outro lado, que a dívida " soberana " japonesa ultrapassa os 200% do PIB mas, como é " interna "/nacional, não assusta ninguém e a balança de pagamentos consegue equilibrar todos os percalços.Niet
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