24/05/10

Igreja Católica põe Espanha perto da falência?

Segunda intervenção do Banco de Espanha numa caixa de aforro deverá custar 2.700 milhões (via O Insurgente):
A intervenção do Banco de Espanha na CajaSur, entidade até aqui controlada pela Igreja Católica, poderá custar aos cofres públicos espanhóis 2.700 milhões de euros, segundo contas da imprensa espanhola.

Inicialmente, e segundo o Banco de Espanha, a intervenção - anunciada na madrugada de sábado -, poderá custar um valor mínimo de 523 milhões de euros, necessários para garantir já a estabilidade da entidade. (...)


A caixa de aforro padece de graves problemas financeiros, a maioria devido a crédito mal parado e a investimentos imobiliários que se afundaram nos últimos anos. Em média, quase um em três euros emprestado pela caixa de aforro foram para o setor imobiliário, o mais afetado pela crise.

Hoje alguma imprensa espanhola referia, por exemplo, a compra de um edifício por 26,4 milhões de euros e que hoje vale 1,15 milhões e a entrega à igreja católica de Córdoba de dois edifícios avaliados em 6,3 milhões de euros.

As contas mais recentes apontam a que a Cajasur acumula mais de 1.500 milhões de euros em crédito mal parado, cerca de 364 milhões de crédito falido (coberto por provisões) e 278 milhões de ativos imobiliários adjudicados.
OK, o meu título é totalmente demagógico, já que a) o Estado Espanhol ainda está muito longe da falência; e  b) a crise nas "caixas de aforro" é geral e o facto da primeira (ou segunda) a necessitar de apoio estar ligada a ICAR é apenas um coincidência; mas que é uma coincidência curiosa, é.

1 comentários:

Manuel Vilarinho Pires disse...

Perante uma situação destas, pode haver dois tipos de resposta:

A liberal: deixar funcionar o mercado, ou seja, deixar o risco ser premiado se tiver tido sucesso, deixar o banco afundar se, por ter sido imprudente, tiver tido insucesso.

A socialista: intervir, porque está na essência do socialismo intervir, talvez por pensar que tem capacidade para, fazendo-o, melhorar a economia, e salvar o banco que fez batota e assumiu riscos imprudentes para passar à frente dos outros.

Se se resolver este dilema como uma questão de moral, vamos pela primeira.

Se se resolver como uma questão de eficiência económica, vamos pela primeira.

Se se resolver como uma questão religiosa, vamos pela segunda. Mas pagamos a conta das asneiras do banco, como pagámos pelas do BPN...