01/11/10

"Concordo. Portanto, haja quem a faça por mim..."



Podia ser um género de palavra de ordem para 24.

(publicado também aqui)

3 comentários:

Anónimo disse...

Por uma vez sem exemplo,e a título de informação e proposta de reflexão, permitam-me que faça aqui «propaganda» do que acabo de escrever sobre este ponto desta sondagem aqui em http://tempodascerejas.blogspot.com/2010/11/greve-geral.html

Joaquim disse...

Pois, mas talvez esse facto que não surpreende devesse levar a pensar em diversificar as formas de luta, e é de luta que se trata, em particular quando a gent... que nos pôs assim pouco se importa (antes pelo contrário) com a greve.
A falta de imaginação dos aparelhos sindicais não ajudam, quando bastava ver algumas das formas adoptadas na Grécia e França, sendo certo que em Portugal existem aliás condições excelentes para se agitar as coisas (por ex. greves sucessivas de diferentes grupos de trabalhadores que nesse dia bloqueassem a AR deslocando-se massivamente de automóvel privado para S Bento e circulando em redor do parlamento).
Joaquim Mota (que irá aderir à greve de 24, à falta de outra, mas preferia outra estratégia)

Miguel Serras Pereira disse...

Caro Joaquim Mota,

concordo em grande medida com o que diz e penso que a sua crítica acerta em cheio. Como já defendi aqui várias vezes, esta greve deveria ser antecipada e seguida de outras acções que, à semelhança das recentes lutas francesas, fizessem diferença. A ideia deveria ser fazer o governo recuar, fazer com que o problema português se torne - com o de Espanha, da França, da Grécia e da Itália, para começar - um problema da União e ao nível da União, contribuir para derrotar ao nível da UE as políticas da ofensiva financeira e precarizadora, anti-popular e antidemocrática. Não basta protestar depois de aceitar a derrota. Como o José Maria Castro Caldas mostra num artigo publicado no Esquerda-net (http://www.esquerda.net/dossier/lógica-insustentável-da-austeridade-recessiva), é a este nível mais amplo que a luta se trava: "Na realidade, uma União Europeia dotada de um orçamento e de um Banco Central capaz de intervir no mercado primário da dívida soberana, capacitada com instrumentos de política económica, atenta tanto aos défices das balanças correntes como aos seus excedentes, e capaz de cuidar de uma inserção na economia global que não servisse apenas os interesses dos sectores exportadores alemães, teria outras opções que não a austeridade recessiva.
Mas uma tal União Europeia só é possível com outros agentes políticos. A Economia da idade das trevas penetrou fundo em todos os partidos do arco da governação europeia. Sacudir a sua hegemonia só é possível com uma mudança do pessoal político dentro dos partidos e com uma mudança da composição política dos parlamentos e governos" - acrescentando eu que, além da mudança do pessoal político e da composição dos parlamentos e governos, é necessário também mudar a natureza organizacional dos partidos e movimentos, transformar os mecanismos de governo instituindo um efectivo poder dos cidadãos.

Saudações democráticas e solidárias

msp