No entanto, tanto o PCP como o BE têm servido para muito mais que dar emprego e gritar mentiras. Têm servido para direccionar o sentimento de frustração social que, com certa ironia, é explorado por ambos. É que ao tirarem proveito deste sentimento, PCP e BE também o controlam, canalizando-o para as lutas sindicais e para os protestos partidários. Um jogo de cintura que já não será possível com um PCP enfraquecido ou com um BE descredibilizado. E ao não ser possível, há o risco do eleitorado de esquerda procurar outros agentes políticos onde desabafar as suas frustrações. Outras forças políticas não domesticadas e, porque aparentemente mais livres que o PCP e que o Bloco para alterarem o ‘status quo’ que os atrofia, mais violentas também. O que sucedeu esta semana na Avenida da Liberdade, em Lisboa, e em Odivelas e Setúbal, como protesto contra a violência policial no Bairro Jamaica, no Seixal, pode ser um sinal disso mesmo. Um primeiro sinal da incapacidade destes dois partidos representarem convenientemente quem até ao presente neles se revia. O país anda à procura de onde surgirão os ‘coletes amarelos’ à francesa (...) mas a revolta pode surgir onde menos se espera: entre o próprio eleitorado da esquerda.[Sugestão - ler o artigo com o browser em modo seguro]
24/01/19
O "Observador" em modo ultra-esquerdista
por
Miguel Madeira
Para que servem o BE e o PCP?, por André Abrantes Amaral:
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário