02/04/20

A democracia pode sobreviver a uma epidemia severa?

A Hungria já se tornou uma espécie de ditadura; na Polónia as alterações da lei eleitoral (feitas a pretexto do Covid-19)levaram o principal candidato da oposição a boicotar as próximas presidenciais; na Europa ocidental "democrática" avançam os "estados de emergência", com crescentes restrições aos direitos democráticos; nos EUA, as primárias Democratas foram adiadas em vários estados... Isso levanta uma questão: a democracia pode resistir a uma epidemia deste tipo?

Afinal, numa quarentena, com "distanciamento social", é quase impossível fazer eleições presenciais, já que não se pode amontoar pessoas em cabines de voto (e as alternativas, como o voto postal e o eletrónico, também têm os seus problemas); além disso as formas tradicionais do povo, mesmo entre eleições, influenciar o governo também estão largamente inoperacionais: manifestações, cortes de estrada, etc? Impossível, ficavam todos infetados. Também há muito menos margem para greves (sobretudo greves de massas) - afinal, se já está quase tudo parado, uma greve não muda grande coisa.

1 comentários:

Anónimo disse...

O último texto do David Harvey segue a linha deste post. Não haverá eleições nos EUA este ano.
Sem querer entrar em teorias da conspiração, talvez Trump tenha retardado as medidas para que demore mais tempo a combater o problema.