13/03/11
12 de Março de 2011
por
Zé Neves
A manif correu bastante bem. Diria que teve muita gente das esquerdas, gente do centro, alguma de direita e uns escassíssimos fascistas (que ainda assim é importante reduzir a zero numa próxima ocasião, desde logo afirmando que este é um movimento fiel ao dia 25 de Abril de 1974); e teve muita muita gente que não é classificável num mapa deste género e cuja politicidade pode, ainda assim, ser objecto de discursos e análises e conversas. O que fica para outra ocasião. Para já, apenas a certeza de que a manif não terminou e que vai continuar, desde logo em inúmeras conversas travadas nos mais diversos locais de trabalho e sociabilidade a ele associados. As coisas, de facto, podem ter mudado. Vamos ter mais uns quantos pec's e tanto as condições para minorar o extremismo das medidas de austeridade de cada pec como as condições para uma inversão radical do estado de coisas são hoje mais favoráreis do que ontem.
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1 comentários:
Também acho que correu bastante bem.
Uma das coisas que valeria reflexão por parte das esquerdas e, nestas, a confederação sindical, como entidade promotora e organizadora da maior parte das acções de protesto, foi a liberdade expressa por muitos milhares de manifestantes, pese embora o "politicamente incorrecto" de muitos cartazes, slogans e até palavras de ordem. Só esse sentimento de liberdade associado ao protesto, sem o espartilho das palavras de ordem, a maior parte desfasadas das eras actuais ou que pouco dizem a quem não toma parte nas decisões dos colectivos partidários em que elas são definidas e impostas (às vezes de formas bastante ditatoriais como se houvesse "donos" do protesto e das lutas dos trabalhadores);permitiu a adesão de sectores que, muitos deles creio eu, nunca participaram até em manifestações.
Oxalá as organizações sindicais tirem daqui lições e consequências para muitos fracassos de mobilização que têm tido e possam desde já emendar a mão para o próximo dia 19 de Março.
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