Imagine-se que o governo grego começa a "pagar" aos seus trabalhadores e fornecedores com "letras de dívida" ao portador dizendo algo como "Vale 100 euros (este documento é válido para pagar impostos devidos ao Estado grego e será poderá ser convertido em dinheiro quando for possível)" (algumas empresas privadas já estão a pagar aos seus empregados com "vales" que já são aceites nas lojas locais). Isso contaria como "sair do euro"?
Tradicionalmente, considera-se que uma moeda tem 3 funções: meio de pagamento; reserva de valor; e unidade de medida de valor. No fundo, o que quer as "moedas" privadas que estão a aparecer quer uma eventual "moeda" alternativa representam é uma separação destas funções: com as moedas alternativas a serem usadas para fazer pagamentos e eventualmente para guardar valor, mas continuando o euro a ser a unidade de medida dos preços.
Outra questão é se se conseguirá que essas moedas paralelas sejam transacionadas "ao par" (isto é, que numa loja aceitem um vale de 100 euros como se fosse equivalente a uma nota de 100 euros, ou se serão transacionados com desconto face à moeda oficial) ou próximo disso. No caso do Estado grego emitir vales/letras/promissórias/etc. que sejam válidos para pagar impostos, suspeito que conseguirão manter o valor de mercado dos vales enquanto a quantidade de vales emitidos for menor que a quantidade de impostos cobrados.
06/07/15
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