O referendo convocado pelo governo grego tem suscitado, aqui no Vias, um aceso debate. Em causa estão as diferentes perspectivas sobre o acerto politico da iniciativa. Em comum os arguentes partilham o mesmo desejo de uma Europa dos cidadãos, uma Europa do progresso e do desenvolvimento, com os cidadãos a participarem como actores no processo de transformação política.
Mas, independentemente de outros méritos - e deméritos - esta iniciativa política do Syriza fez emergir algumas das fissuras que atravessam o bloco austeritário. Como é o caso da posição do FMI. Uma boa contribuição para o debate é o que eu acho que esta posição representa. Vindo de quem vem tem um valor acrescido. Não haverá solução para a Grécia sem que seja considerada um importante perdão da dívida e um período alargado de carência nas amortizações. O Syriza nºao pediria mais. Aos economistas do centro esquerda que há muito o defendem junta-se agora o credor-papão habitualmente inflexível.
02/07/15
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6 comentários:
Meu caro,
essas fissuras já eram perceptíveis há muito e eu próprio, nas discussões em curso no Vias a que te referes, as mencionei várias vezes. No FMI, esta atitude corresponde a uma reorientação que se vem esboçando (embora sem reunir a unanimidade dos altos responsáveis) e que, recentemente, o seu ex-boss DSK recomendou não sem uma nota de auto-crítica (cf. http://www.lemonde.fr/economie/article/2015/06/27/la-lecon-de-dominique-strauss-kahn-sur-la-crise-grecque_4663322_3234.html ). Mas manifestam-se também fissuras e tensões noutras altas instâncias da UE. Que, para as fazer emergir e explorar, fosse necessário ou útil a convocação do referendo, é outra questao: arrastar as negociações e "incumprir" dentro do euro, afirmando a necessidade de continuar as negociações para lá do fim do mês, teria sido mais do que suficiente e, creio eu, mais sério — além de mais inteligente, também.
Abraço
miguel (sp)
Piketty deu hoje uma entrevista ao Le Monde onde ataca forte e feio o FMI, a sua opacidade e rigidez teórica, e defende o Syriza como interlocutor probo, insistindo umenso na reestruturação das dividas publicas europeias no seu conjunto.( O Acesso ´e livre no lemonde.fr). Uma das grandes pérolas de Michel Rocard na sua mais recente entrevista ao diário La Tribune consistiu em reclamar a saida urgente da Inglaterra da UE porque jura que ela tem uma fixação com as teorias neo-liberais neo-monetaristas. N.
O encontro entre o Piketty e o António Costa, aqui referido alguns meses atrás, permanece como um mistério. Do que terão eles falado, sabendo-se o que se sabe das posições que o PS tem defendido sobre a questão grega e sobre uma, por eles detectada, suposta radicalidade do Syriza.
Ola,
So para dizer que vi a entrevista do Piketty de que fala o Niet, que esta disponivel no site do Monde (julgo que para todos e não apenas reservada aos assinantes). São 25 minutos muito instrutivos. Vejam que não perdem tempo. Seja qual for a nossa opinião sobre o referendo grego, julgo que é claro que precisamos que este tipo de discurso federe as forças de esquerda na Europa.
Abraço
João Viegas há um post disponível no Vias com um link para a entrevista, que eu coloquei ontem. Está online para toda a gente.
Um abraço
Esquerda Europeia encetou consultas com os BRICS para tornar possivel uma alternativa económica ao Syriza, é o que ressalta de ma entrevista muito forte e inovadora de Mélenchon hoje em La Tribune;" Há uma dificuldade em construir rapidamente uma alternativa apoiando-se nos BRICS " frisa, sublinhando que a relação de forças não é desfavorável à Grécia. E vai direiro ao essencial: " Sob pressão alemã, o Eurogrupo decidiu encetar uma prova de força, com o risco de despoletar ua crise mundial ". O Referendo é visto por Mélenchon, lider do Front de Gauche, como uma alteração maior da perspectiva alternativa na Europa. Com esse Referndo, Tsipras afirma que nenhum dominio escapa à acção politica. É desse modo a negação do ordoliberalismo dominante ". N.
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