03/07/15

Tsipras finta-se a si próprio em grande estilo e mete golo na própria baliza, explorando genialmente a circunstância de esta tanto poder ser uma como a outra das duas do campo

Raramente um folhetim logra forjar tantas peripécias por episódio como o governo grego — com destaque para Tsipras e Varoufakis — desde a convocação do referendo. A última surpresa são estas declarações de Tsipras, numa tentativa desesperada, para tranquilizar o povo grego e talvez (demos-lhe, até ver, o benefício da dúvida) para travar os demónios do nacionalismo que ele próprio açulou: El primer ministro griego, Alexis Tsipras, ha asegurado este jueves que su gobierno llegará a un acuerdo con los acreedores el próximo martes, sea cuál sea el resultado del referéndum del domingo, pues aseguró que pondrá en marcha los procedimientos necesarios e incluso dejó entrever que podría abandonar su cargo.  Com efeito, que outra coisa pode querer dizer senão que se vê dobrado, depois de se optar por renunciar às luzes do espírito, convocar e manter a convocação de um referendo que, vença o Sim ou o Não, dará lugar a um acordo, no prazo máximo de 48 horas, ainda que — no caso, pelo menos, de vitória do Não, mas, em caso de vitória do Sim, provavelmente também — o governo grego, para isso, tenha de se demitir, mantendo-se os seus membros, depois de se demitirem, dispostos a contribuir para a obtenção do mesmo?


3 comentários:

Anónimo disse...

Caro,

Já lhe ocorreu que muitos dos ziguezagues que toma como factos são provavelmente propaganda de meios de comunicação que desde que o Syriza chegou ao poder têm de forma descarada mentido, distorcido e enviesado?

Cumprimentos,

João Hestnes.

Miguel Serras Pereira disse...

Caro João Hestnes,
estas e outras declarações não desmentidas do Tsipras — além de outras tantas do Varoufakis — relativas ao referendo e aos seus objectivos são factos e não especulações da imprensa. Infelizmente, claro.

Saudações democráticas

msp

Anónimo disse...

BRICS estaudam ajuda alternativa à Grécia? Mélenchon deu hoje uma entrevista muito forte a La Tribune de Paris. Frisa que o Referendo marca uma" alteração maior da perspectiva politica na Europa". E revela que " a relação de forças não é desfavorável à Grécia e, sobretudo, " há uma dificuldade em construir rapidamente uma alternativa apoiando-se nos BRICS " grandes movimentações, portanto. E extremamente positivas! N.