05/07/15

Grécia: O dia de amanhã.

Num comentário ao post anterior do Miguel Madeira deixei algumas das ideias que eu acho devem ser seguidas pelo Governo Grego em caso de vitória do Não.
O Governo Grego deve,caso ganhe o Não, apresentar uma proposta em Bruxelas que inclua tudo aquilo que tem defendido ao longo dos últimos cinco meses, as reformas estruturais que já propôs anteriormente, a que deve juntar um pedido de perdão da dívida  e uma moratória de dez anos na sua amortização. Trata-se de recuperar a proposta do FMI, já aqui referida, reduzindo o prazo de 20 anos na moratória, para metade. Deve ainda defender a realização de uma Conferência Internacional com poderes deliberativos para estabelecer o quadro de gestão da dívida pública europeia. Deve fixar um prazo de quinze dias para que o apoio do BCE ao sistema financeiro grego seja restabelecido e um prazo de um mês para que exista um acordo asinado pelas partes e a funcionar.
Se isso não aocntecer  -  o que significa que o clima de chantagem das instituições europeias vai continuar até à rendição do Syriza - deve sair do Euro e negociar um financimento de emergência com a China e com a Rússia.
Mas isso, acho eu, é um cenário B que deve estar desenhado e contratualizado, apenas à espera do momento em que seja preciso mobilizá-lo. Sendo eu um dos que acreditam que a maioria do Syriza é convictamente pró-permanência da Grécia na UE e no euro, acharia muito estranho, e prova de alguma incompetência, que o Governo não tivesse já desenhado todos os cenários alternativos.
Numa primeira fase escrevi que "Caso ganhe o SIm deve demitir-se ou fazer a mesma coisa". Parece-me no entanto que caso ganhe o Sim o Governo perde a legitimidade política para contestar as propostas que são apresentadas pela União Europeia e pela Troika. Deve por isso demitir-se e convocar novas eleições, mantendo-se em gestão até ao momento eleitoral.

7 comentários:

Anónimo disse...

Le 5 juillet : Non au néolibéralisme, non à la social-démocratie


Transformons le référendum du gouvernement
en un grand NON ouvrier et populaire
à la poursuite de la politique des mémorandums.

Le 5 juillet est une date cruciale pour les couches populaires et la classe ouvrière en Grèce.

En réalité, la question du référendum – et son résultat politique – dépasse de loin l’acceptation ou non des mesures qu’ils veulent imposer, le maintien ou non dans la Zone euro et même dans l’Union européenne. Le résultat du référendum déterminera dans une large mesure dans quel contexte politique et dans quelles circonstances politiques et surtout sociales se mèneront les luttes de classes à partir du 6 juillet.

A la peur que cherchent à répandre les cercles dirigeants et les moyens de désinformation de masse, avec les files d’attente – réelle ou fictives – aux distributeurs automatiques et dans les supermarchés, et leur campagne terroriste, nous répondons avec l’auto-organisation politique et sociale de notre classe et avec la lutte de masse et coordonnée. La mobilisation du peuple dans la situation actuelle est plus que jamais nécessaire, afin que le référendum se déroule avant dimanche, dans les rues, sur les places, dans les manifestations. Le peuple doit être présent et mobilisé pour répondre d’une manière combative au slogan des bourgeois « Nous restons en Europe » et pour empêcher la propagation de l’atmosphère de terreur dont l’objectif est la victoire du ‟Oui” au référendum et, au fond, la victoire du totalitarisme néolibéral.

Cette victoire serait désastreuse pour le peuple, et extrêmement bénéfique pour les assassins et les maîtres chanteurs de l’Union européenne, de la Banque centrale européenne et du Fonds monétaire international. Le peuple a l’obligation morale de transformer le vote ‟Non” au référendum en un ‟Non” résolu et combatif au nouveau mémorandum qui sera basé sur les injonctions de la Troïka que le gouvernement grec a déjà accepté.

Nous disons clairement ‟Non” : à la poursuite de la politique des mémorandums, à la misère et la mise en esclavage du monde du travail et de ceux d’en bas.

Nous exigeons l’abrogation immédiate de toutes les lois imposées par la Troïka. Nous disons non au paiement de la soi-disant dette. Nous disons non à la politique de l’Union européenne, du Fonds monétaire international et de la Banque transnationale européenne. Nous disons non à tout mémorandum, pacte, protocole ou accord de prêt, quel que soit le nom qui lui est donné.

Nous disons non à la politique de surveillance permanente, à la destruction de la souveraineté populaire, à l’élimination de la dignité humaine et de la vie elle-même. Nous disons non à tout totalitarisme : aussi bien du néolibéralisme que de la social-démocratie.



http://oclibertaire.free.fr/spip.php?article1709

Miguel Serras Pereira disse...

Caro J. Guinote,

se o governo grego entendeu que devia fazer um referendo sobre uma hipótese de acordo afirmando repetidamente que esse referendo não punha em causa a permanência da Grécia nem na UE nem na zona euro, não compreendo que "legitimidade" teria para decidir sair do euro sem consultar os eleitores a esse respeito — já que estes votaram o Não depois de lhes ter sido assegurado ad nauseam que isso não punha em causa a referida permanência.

Abeaço

miguel(sp)

Miguel Madeira disse...

"deve sair do Euro e negociar um financimento de emergência com a China e com a Rússia."

Já agora, porque não também com os EUA (um país com muito mais dinheiro que a China ou a Rússia e que acho que até fez mais proclamações verbais "pró-gregas" que os outros dois)?

Miguel Serras Pereira disse...

Boa pergunta, Miguel.

miguel(sp)

José Guinote disse...

meu caro Miguel, julgo que fui muito claro no meu post. A hipótese que coloquei tinha um enquadramento objectivo. Vitória do Não no referendo e continuação da mesma recusa obstinada de qualquer compromisso aceitável para o Governo grego por parte das instituições europeias. Julgo que não necessito de fazer nenhuma declaração prévia sobre o que entendo acerca da permanência da Grécia no Euro e na União Europeia. Mas também não preciso de explicar com mais detalhe a actuação expectável, numa situação na qual, independentemente do que pensam os gregos sobre o assunto, a UE e a Troika entendam que não há alternativas, isto é, ou austeridade ou rua.
Se assim não fosse o resultado do referendo teria sido irrelevante. Eu acho que não é irrelevante.

José Guinote disse...

Miguel Madeira, "deve sair do euro" na situação que descrevi. Reafirmo aquilo que é uma evidência de tudo o que aqui escrevi sobre a continuação da Grécia no Euro e na Europa. Quanto aos financiadores, nada tenho a opor à tua sugestão, apenas não me dei conta, ao longo dos últimos meses, de qualquer sugestão de que os EU pudessem financiar o governo grego. Mas, com os Russos e os Chineses ocorreram contactos e aproximações. Os EU querem que os gregos fiquem na UE parece-me ser essa a sua principal preocupação.

José Guinote disse...

Na primeira declaração ao povo grego pós referendo Tsipras referiu expressamente a questão da renegociação da dívida, o relatório do FMI sobre essa questão e o facto de, até ao momento pré-referendo, as instituições europeias nunca terem admitido discutir a renegociação da dívida.