«O Partido Progressista do Povo Trabalhador (o PC lá do sítio, que pertence ao GUE) desde que chegou ao poder entre 2006 e 2008 pouco ou nada fez para impedir que a ilha servisse de base para a lavagem de dinheiro de redes mafiosas e criminosas dos países de leste. E não nos enganemos, os comunistas cipriotas não defenderam ontem no parlamento os depósitos bancários dos trabalhadores, protegeram sobretudo os depósitos dos russos e dos ucranianos que lhes enchem os bolsos em troca do silêncio e da discrição.
(...)
Ironicamente, os comunistas cipriotas nem sequer são capazes de defender a aplicação de uma taxa de 15% aos depósitos bancários ligados a actividades especulativas e criminosas (a esmagadora maioria do volume dos depósitos acima dos 100 mil euros). Como acontece por cá, quem vai pagar a crise serão certamente os trabalhadores cipriotas através dos seus salários. Mas entre os trabalhadores e os mafiosos de leste, o Partido Progressista do Povo Trabalhador prefere estes últimos».
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6 comentários:
Pois é, o vias de facto está assustado com o espectro do comunisco que volta a pairar sob os céus da Europa.
Tenham paciência, é a vida...
João Pedro
Duas notas.
1. o texto é de outro blog, apesar de eu concordar com o seu conteúdo.
2. pena que as pessoas do PCP continuem a confundir comunismo com outra coisa qualquer e, mais importante, continuem sem reflectir sobre aspectos da governação de partidos comunistas. Aspectos esses que em nada diferenciam esses partidos comunistas dos restantes partidos capitalistas. Mas enquanto as pessoas continuarem apenas a olhar para o rótulo e não para o que vem dentro da embalagem...
Caro João,
o que se passa é que os responsáveis de um partido de vanguarda, que se concebe como estado-maior das massas, com a vocação de conseguir, explorando o seu descontentamento e revolta, mas à margem e acima do controle auto-organizado da base, a conquista do poder de Estado e, a partir dela, a construção de um regime "ditadura do proletariado", da "democracia popular" ou seja lá do que for que se lhe chame, cujo "governo patriótico e de esquerda" consagre o absolutismo do seu aparelho, concepções e modo de organização - o que acontece, dizia eu, é que os responsáveis ou cabeças estratégicas desse partido estão condenados a manter vivos nos seus corações todos os regimes que possam contribuir, geoestrategicamente, para a implosão da UE e a sua desagregação. Porque pensam que nem a actual UE nem - e muito menos ainda - uma democratização efectiva e "federal" das sociedades europeias são favoráveis à afirmação do seu projecto social e político. Daí que se esforcem por proclamar as virtudes, ainda que relativas e provisórias, de Moscovo, de Teerão, dos países "anti-imperialistas" como a RPC ou a Coreia do Norte, ao mesmo tempo que por combater e impedir a todo o custo formas de acção e de luta política independentes dos seus próprios aparelhos de poder.
Excelente post o do Esquerda Republicana e excelente ideia a sua menção neste teu post.
Abraço
miguel(sp)
A vossa preocupação com a pureza ideológica do comunismo é louvavel e muito sensibilizadora. Esquecem-se é que se as empresas russas (algumas estatais) retirarem de lá metade do dinheiro que têm empenhado (admitindo que social e revolucionariamente se confisca 50%) os ciriotas têm de produzir durante 2 anos, sem comer, para pagar a dívida. E a saida dos moscovitas deixará metade dos cipriotas no desemprego, imobiliário abandonado et al... Mas se os cubanos aguentam, porque é que os cipriotas não vão aguentar?
Anónimo das 02:07,
mas onde é que se fala em qualquer tipo de pureza ideológica? O que se constata é que a actual situação que se verifica em Chipre depende tanto da União Europeia, como das políticas dos vários governos cipriotas (incluindo do AKEL) de transformação daquele país num paraíso fiscal. Se acha que um paraíso fiscal de lavagem de dinheiro é um bom modelo económico, aí é outra história...
Claro que não defendo que o Chipre seja um paraíso fiscal e turistico de luxo, mas que deveria ter investido na agricultura intensiva, na indústria pesada, naval, aeronautica e aeroespacial e nas escolas de ciênca social (o nicho da medicina já está tomado). Mas a realidade é o que é, e para quem tantas procupações apresenta com a "queda de rendimento" em 40%, dos portugueses em caso de saída do euro, a leviendade com que se defende que o AKEL (ou outro partido/cipriota qualquer) deveria subscrever uma ideia proposta que vai levar o país à falência e em que a queda de rendimentos será, provavelmente de 90%, choca-me!
Apesar de todos os erros dos cipriotas (incluindo dos gajos do AKEL) esta ideia de uns idiots em bruxelas, a soldo do imperialismo germânico e da sua revolução cultural capitalisto-calvinista vai destruir um país. E isso sim é grave, não o facto de o AKEL, bem como todos os cipriotas, rejeitarem liminarmente (numa primeira fase, que parece que não há muitas alternativas, o que muito agradrá ao JVA) esta imbecilidade!
Anónimo das 02:07
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